terça-feira, 29 de outubro de 2013

Se acontecer, vamos ter eleição mais honesta


Sem pesquisas as Eleições 

mudam a rota

Gerson Tavares







Como o Supremo Tribunal Federal decidiu, há sete anos, que alguns senadores e deputados estavam violando a Constituição e o direito a informação ao tentar proibir a divulgação de pesquisas 15 dias antes das eleições, a “sacanagem” continuou distorcendo os resultados das eleições. E eu explico as distorções, já que uma boa parte dos eleitores tem mania de ser vencedor da eleição e assim, ele vota naquele que está na frente das pesquisas. Claro que estou falando daqueles que não vendem os seus votos e sim querem dizer: “meu candidato venceu”.

Mas agora uma parte do Congresso quer voltar à carga, estabelecendo a proibição não em uma lei, iniciativa barrada pelo STF, mas na própria Constituição.

Estão entrando com uma proposta de emenda constitucional, que já está pronta para votação na Comissão de Constituição de Justiça do Senado, com parecer favorável do relator, Randolfe Rodrigues, do PSOL/AP. Outros 29 senadores subscreveram a iniciativa, ou seja, deram apoio à tramitação, sem que isso signifique, necessariamente, concordância com seu conteúdo.

O autor da proposta, senador Luís Henrique da Silveira, do PMDB, acha que as pesquisas provocam "interferência indevida", pois podem "alterar a decisão de muitos eleitores".

"Está na hora de pensarmos em disciplinar as pesquisas, o que não tem nada haver com censura à informação". Assim escreveu o senador em sua justificativa, na tentativa de argumentar que a iniciativa não tem nada a ver com censura à informação.

Mas segundo o STF, essa lei foi barrada em 1996 justamente por violar os direitos dos cidadãos a informação. Mas como todos podem estar distraídos e tomam decisões absurdas, os ministros do STF esquecem que o que acontece a cada pesquisa, não é informação e sim, um alerta para aqueles que não querem “perder” o voto.

Sempre é bom lembrar que naquela época, em 1996, foi o ministro Ricardo Lewandowski o relator da ação que declarou a proibição inconstitucional. O “ministro” fez um longo arrazoado sobre a incompatibilidade entre veto à divulgação de pesquisas e o direito a informação. E Ricardo falou: "Trata-se de um direito tão importante para a cidadania que somente pode ser suspenso na vigência do estado de sítio". E ele foi mais além: "Ademais, analisando-se a questão sob uma ótica pragmática, forçoso é concluir que a proibição da divulgação de pesquisas eleitorais, em nossa realidade, apenas contribuiria para ensejar a circulação de boatos e dados apócrifos”.

Se eu já não aceitava as pesquisas, agora mesmo, depois de ver que o Lewandowski é favorável, constato que estou certo.


Abaixo as pesquisas. 

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