Homem
atirou e se mandou
para a Câmara
Gerson
Tavares
Quando
no Brasil alguém faz coisa errada, é no mínimo chamado de vereador, mas claro que em se
falando de Brasília, no mínimo o “safardana” é deputado. E foi pensando assim
que reagiu o caseiro Abdias Soares, que foi preso pelo Departamento de Polícia
Legislativa da Câmara dos Deputados. Abdias, que tem 72 anos, foi encaminhado
para a carceragem da Polícia Civil do Distrito Federal e foi indiciado por
porte ilegal de armas e disparo em via pública.
Tudo
porque o Abdias Soares fez quatro disparos com um revólver calibre 38 na Praça
dos Três Poderes, bem em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal, mas,
pelo que dizem alguns, tudo sem a menor razão. E pelos exemplos que vê quase que diariamente, mesmo não sendo deputado, logo
depois de fazer os disparos para o alto, Abdias guardou o 38 na mochila e foi
entrando na Câmara pela portaria do Anexo 4, na maior tranquilidade. Só que naquele momento ele foi
notado e preso em flagrante. Dali ele foi parar no Depol para prestar depoimento.
Foi
então que Abdias Soares resolveu explicar a sua atitude e falando com a
imprensa, disse que deu os tiros para “chamar a atenção” porque vem enfrentando
processos na Justiça e não consegue ser ouvido pelo Poder Judiciário.
Abdias
garantiu que não tinha a menor intenção de ferir ninguém e foi claro em sua
posição: “Eu queria chamar a atenção da Justiça para ver se ela me ouve. Eu fui
à promotoria quatro vezes e eles, nem a Polícia Civil, não quiseram nem fazer
boletim de ocorrência”.
A
assessoria de imprensa da Câmara disse que os agentes informaram que Soares
aparenta ter problemas psiquiátricos. “Ao prestar depoimento, não apresentou
sinais de embriaguez. No entanto, segundo os investigadores, ele aparentou ter
algum distúrbio psiquiátrico. Não cabe, porém, ao Departamento de Polícia da
Câmara confirmar tal distúrbio. Um laudo deverá ser pedido pelo Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) para verificar a existência
de um eventual problema de saúde mental”, este é o comunicado da Câmara.
Mas
se olharmos casos como os que vêm acontecendo com os “bandidos” do mensalão,
este é o caso mais nítido de doença, afinal, só mesmo com problemas
psiquiátricos alguém sai dando tiro para chamar a atenção de juízes ou de
qualquer funcionário do governo que nada querem com a bola.
Já
isso não se pode dizer dos mensaleiros que não são, mas querem por que querem ser doentes. Estou
com o Abdias e não abro!
Mas
como hoje “já é” carnaval, vou ficar por aqui e só volto na segunda feira, dia
10 de março. Feliz Carnaval e, sem exageros, curta muito as "Folias de Momo".
E
lembre-se: “Se beber, não dirija e se beber, vá para casa dormir”!