Senado, uma vergonha nacional
Gerson Tavares
Nada daquilo que passa pelo Congresso poderá um dia acabar bem e é por esse motivo que os senadores resolveram que para garantir o coração em dia, se faz necessário o melhor plano de Saúde para todos. Mas não se alegrem muito porque esse “para todos” é só para aqueles que fazem parte do Senado e seus familiares e agregados. Os gastos com a saúde desses “safardanas” é alguma coisa estratosférica.
Agora alguém se tocou desse abuso e então
promotores resolveram ajuizar ação contra os reembolsos que são pagos não só
pelos exames e tratamentos dos parlamentares, mas também pelos seus parentes.
O MPF resolveu ajuizar uma ação civil
pública contra a falta de critérios objetivos e também os preços abusivos dessa
assistência médica “das Arábias”. Segundo diz o MPF, os gastos são abusivos e
desnecessários.
Segundo o que foi “planejado”, o Senado
cobre todos e quaisquer tipos de atendimentos médicos, odontológicos e
psicoterápicos, tudo isso sem ressalvas, mesmo que esses exames e atendimentos sejam efetuados no exterior.
Não existe uma lista daquilo que é coberto
pelo Plano e muito menos ainda, uma tabela de preços para os pagamentos a
instituições e ou profissionais, que podem ser escolhidos livremente por seus
beneficiários.
Isso tudo feito sem a menor participação de
contrapartida, já que os parlamentares não recolhem um “misero tostão” como
contribuição. A assistência de todos que ali estão amparados, é paga com o
“nosso dinheiro”, já que tudo sai dos cofres públicos.
Só para se mostrar há quanto vai essa
brincadeira, o Senado gastou de 2007 até agora uma “mixaria” de R$ 25 milhões
só em ressarcimento de despesas médicas a parlamentares e ex-parlamentares.
Agora os senhores vão dizer que eu errei
quando falei ex-parlamentares, mas eu digo que não errei, porque o benefício é
vitalício e não há limites para as despesas médicas, tanto daquele que tem
assento na Casa como aqueles que são, apenas e simplesmente, seus familiares. Como exemplo
o Ministério Público mostrou que o Senado gastou só com um parlamentar no ano
de 2007, a importância de R$ 740 mil. Quanto aos ex-parlamentares, esses e seus
familiares, só poderão gastar por ano até R$ 32 mil. E esta limitação já está deixando
muito ex na bronca.
Mas para compensar tudo isso, o povo tem o
SUS para dar toda a assistência médica e hospitalar. É só ir a um hospital
público, seja ele administrado pelo governo federal, estadual ou municipal,
para que o seu atestado de óbito saia sem problema.
Quer saber? O povo que morra.