Licença
médica também é
vergonha Nacional
Gerson
Tavares
Quando
Renam Calheiros assumiu o Senado e disse que iria “moralizar” a Casa, teve
gente que acreditou. Pois já se passaram os cem primeiros dias de sua volta ao
comando do Senado, e nada de moralização passou do discurso. Falou em “transparência
dos gastos públicos”, mas até o momento,
ele não pensou em moralizar coisa alguma e a principal então, esta mesmo nem pensar. Existe um ponto que pode ser considerado uma verdadeira “bomba
relógio” dentro do Senado, que é a concessão de licenças médicas.
Só
entre 2011 e 2012, servidores efetivos e funcionários comissionados do Senado
tiraram 87,5 mil dias de licenças. São dados inéditos, que por meio da Lei de
Acesso à Informação, apontam que, desde o início da atual legislatura, cada
trabalhador da Casa afastou-se por motivo de saúde em média por 14 dias.
Este
levantamento revela que a imensa maioria das licenças em 2011 e 2012 foi tirada
por servidores efetivos, que ingressaram por concurso público ou foram
incorporados ao quadro por estarem na Casa antes de 1988, ano da promulgação da
Constituição.
Não
podemos esquecer que esses “efetivos” são muito bem remunerados, já que um
simples garçom pode ganhar salário de até R$ 17 mil.
Pois
neste período, os efetivos tiraram 78,4 mil dias de licenças. Se considerarmos
que o salário médio desses servidores em abril foi na casa de R$ 19 mil,
segundo a folha de pagamento que consta no Portal da Transparência da Casa, o
Senado gastou no período cerca de R$ 50 milhões por dias não trabalhados por
seus servidores efetivos nos últimos dois anos.
E
ainda vem esse Renan tirar uma de “Madalena arrependida” dizendo que vai
moralizar a Casa. Desde quando Renan pode servir de moralizador? Só mesmo entre
as jornalistas, se é que ainda tem alguma bobinha por lá.