Homenagem
ao grande companheiro
Dicró,
o “último dos malandros”
São Pedro resolveu
formar novamente o trio "Os três Malandros em Concert". E como ele já
contava com os contratos de Morengueira, o “velho e bom” Moreira da Silva, e do
Bezerra da Silva, só faltava o “último dos malandros” que ainda estava por aqui
levando a sua alegria para todos que gostam do samba de raiz. E foi assim que
na quarta-feira são Pedro chamou e o Dicró, como sempre responsável e
atencioso, atendeu ao chamado do céu. E assim subiu Dicró, o “Rei da Praia de
Ramos”.
Dicró, além de ser um
excelente sambista, letrista, interprete e “humorista” da mais alta categoria,
também se mostrava um ótimo autor teatral. Em 1982 ele me mostrou um texto que
escrevera e que só não encenei na época porque ele não quis fazer o grande
personagem da peça “O dia em que eu morri”, que é uma comédia para fazer morrer
de rir. Dicró mostra no texto como seria o velório de um exemplar chefe de
família, mas tudo com muito humor. Mas eu só via um ator com a responsabilidade
de fazer aquele personagem e este era o próprio Dicró. Na ocasião não chegamos
a fechar a ideia e infelizmente Dicró se foi sem mostrar como seria encarada a
morte daquele cidadão.
Dicró se foi e nos
deixou órfãos por aqui, mas eu tenho certeza que ele está muito feliz
reencontrando com seus velhos companheiros. Dicró poderá não só formar
novamente aquele trio fantástico de samba ao lado do Morengueira e do Bezerra
da Silva, “Os três malandros em Concert”, mas também se juntar a turma da “Escolinha
do Professor Raimundo”. Muitos dos seus companheiros do programa já estão lá no
céu e tenho certeza que o Chico Anízio, outro vascaíno como ele, já está remontando
na TV Celestial, aquele programa de humor sadio que tanto sucesso fez por aqui.
E assim, com a ida do
Dicró, o Brasil perde o seu "último malandro", mas o céu reforçou o
seu elenco de grandes figuras tão amadas por seus familiares, seus amigos e
seus fãs. Um anjo me contou que todas as noites agoira, tem "roda de samba" no "Quiosque do Dicró".
E assim partiu o meu caro amigo Dicró. Mas a alegria dele sempre estará entre nós.