EX-PRESIDENTE
DA PETROBRAS
DIZ À CPI
QUE HÁ EXCESSO
NO CUSTO DA OBRA
Gerson
Tavares
Como
se não bastasse o roubo na compra de Pasadena, o ex-presidente da Petrobrás
José Sergio Gabrielli admite que a construção da refinaria de Abreu e Lima, em
Pernambuco, “sem dúvida nenhuma está cara”. Ele fala assim, ‘sem a menor
culpa’, que a obra que estava prevista para ser concluída no fim do ano, foi estimada em
2005 por US$ 2,5 bilhões pela estatal, mas o custo atual já está em US$ 18,5
bilhões.
Isto
foi dito por Gabriellli em depoimento à CPI mista da Petrobrás, onde contestou
o valor inicial da obra, mas reconheceu que os gastos com o empreendimento têm
sido elevados. Abreu e Lima é um dos principais focos das investigações
realizadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Existe uma suspeita de
que contratos e aditivos contratuais foram superfaturados e parte dos recursos
desviada para pagar propina a funcionários públicos e políticos e por este
motivo entrou também na mira da CPI. E mais uma vez, também este esquema seria
operado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso pela PF.
Mas
em se falando em Pasadena, Gabrielli voltou a defender a compra daquela
refinaria dos Estados Unidos. Para ele, a aquisição foi “barata” e “abaixo do
preço de mercado”. Gabrielli disse que o custo por barril das duas metades da
refinaria foi de US$ 5,54 mil, ante um preço médio de US$ 10 mil nos Estados
Unidos.
E
mais uma vez, Gabrielli isentou Dilma Rousseff de responsabilidade pela compra
da primeira metade de Pasadena. Em nota em março, a presidente afirmou que não
fecharia o negócio caso tivesse tido acesso a todas as cláusulas contratuais. A
compra de 100% da refinaria provocou prejuízo de US$ 530 milhões, segundo
Gabrielli. Isso só prova que a Dilma assina qualquer coisa sem ler.
E
só por isso, o ex-presidente da estatal disse que não sabe qual posição Dilma
tomaria se soubesse das cláusulas e destacou que seria uma “irresponsabilidade”
fazer qualquer declaração a respeito.
Foi
então que Gabrielli resolveu partir para o ataque. Como o relator da CPI mista,
deputado Marco Maia, do PT gaúcho, adotou uma tática diferente da de duas
semanas atrás, quando fez um questionário de 139 perguntas à sucessora de
Gabrielli, Graça Foster, desta vez, as perguntas vieram dos oposicionistas. Mas
tudo foi feito em acordo entre os petistas e o Gabrielli.
Então,
depois das perguntas e até mesmo sem respostas, Maia afirmou que o tempo foi
gasto mais com “discursos do que perguntas”, dando assim condição do Gabrielli afirmar que o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, do PR, estaria usando a CPI para “fazer
um espetáculo”. Bueno tentou retrucar e houve bate-boca, apartado cerca de um
minuto depois. E com essa frase, o desrespeito do ‘ex-chefe de gang’ não foi só
para com o Rubens Bueno e sim, com a população brasileira que se vê roubada e
ainda se sente chamada de ‘burra’. Mas só esquece o Gabrielli que ele sim vem
fazendo espetáculo, com tantas ‘mentiras e enganações’.
E
assim vamos ‘empurrando com a barriga’ a CPI da Petrobras para depois das
eleições. Um modo de não desmascarar a Dilma enquanto candidata a presidência.