Morre um lutador
Em
dia em que as personalidades estavam se despedindo, o jornalista e advogado
Maurício Azêdo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), morreu
às 18 horas de sexta-feira passada no Rio de Janeiro, aos 79 anos, vítima de
parada cardíaca. Ele estava internado havia duas semanas no Hospital
Samaritano, em Botafogo, na zona sul da cidade.
Carioca
nascido em Laranjeiras, bairro da zona sul da cidade, Oscar Maurício de Lima
Azêdo formou-se em Direito em 1960 pela Faculdade de Direito do Catete, mas
continuou se dedicando ao jornalismo, que exercia desde 1958, Mauricio teve um
irmão também jornalista, o cotestador Raul Azêdo, mas que nos deixou muito
cedo.
Nesses
55 anos, Mauricio Azêdo foi repórter, redator, cronista, editor, chefe de
reportagem, editor-chefe e diretor de redação de veículos como Jornal do
Commercio, Diário Carioca, Jornal do Brasil, Diário de Notícias, Jornal dos
Sports, Última Hora, O Dia, O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo.
"Maurício
foi não só um jornalista, mas essencialmente um homem de jornal, que deu uma
contribuição notável para o jornalismo brasileiro, e foi uma pessoa coerente
com suas ideias ao longo de toda a vida", disse Ricardo Pedreira, diretor
executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ).
Azêdo
também atuou em revistas como Manchete, Fatos & Fotos, Pais & Filhos,
Realidade e Placar, cuja criação foi baseada em um projeto de sua autoria e da
qual foi o primeiro editor-chefe.
Em
parceria com o jornalista Fausto Neto, foi autor de uma biografia do jogador de
futebol Almir Albuquerque, o Almir Pernambuquinho, publicada originalmente como
uma série de reportagens da revista Placar, em 1975.
Nos
anos 1970, Azêdo foi o principal editor do Boletim ABI, um dos mais importantes
jornais de contestação do regime militar. Ele também foi um dos fundadores e
diretores do Cineclube Macunaíma, que realizou sessões e atividades culturais
na ABI de 1973 a 1985.
Militante
da União da Juventude Comunista, Azêdo integrou o PCB e depois o PDT. Em 1982,
passou a se dedicar também à vida pública, elegendo-se vereador no Rio em três
legislaturas (1983-1988, 1989-1992, 1993-1996).
Também
foi presidente da Câmara Municipal no biênio 1983-1985, secretário municipal de
Desenvolvimento Social (1986-1987) e conselheiro do Tribunal de Contas do
Município do Rio entre 1999 e 2004.
Vai
Mauricio, vai ao encontro de Raul e continuem o trabalho que vocês tão bem
fizeram por aqui.
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