“As Verdades não mentem”
Gerson Tavares
Quando a “subcomissão
Verdade” foi liberada para entrar no I Batalhão de Polícia do Exército, na
Tijuca, zona norte da cidade do Rio, local onde funcionou no passado o Doi-Codi/RJ, eu já sabia
que algo de ruim iria acontecer dali para frente.
E para começar, logo
pela manhã da segunda-feira passada, o início da visita foi marcado por uma saia-justa, quando os parlamentares federais e representantes de comissões, logo no portão de entrada, encontraram o deputado federal Jair Bolsonaro, do PP/RJ. Aconteceram empurrões e palavrões entre os senadores Randolfe Rodrigues, do PSOL/AP, e João
Capiberibe, do PSB/AP e do outro lado o militar reformado, Jair Bolsonaro.
E o Bolsonaro, que
já é chegado em um barraco, aos gritos de "você não tem moral de me
impedir de entrar", acusou Capiberibe de cercear sua visita ao quartel.
Rodrigues colocou-se no meio dos dois para apaziguar os ânimos e os três
acabaram trocando empurrões.
A confusão foi
contornada quando os militares do Exército permitiram a entrada de todos no
quartel, inclusive Bolsonaro, já que o Capiberibe, alguém falava que não manda nem
em casa, acabou também mostrando que não manda no quartel e assim o comandante, que é quem diz quem
entra e não entra, fez às honras da casa ao deputado e oficial reformado,
Bolsonaro.
Mas sempre que existe
alguma incursão deste grupo da “Comissão Verdade”, ele é acompanhado de outro grupo, o dos “falsos
comunas”, e que se fazem acompanhar de perto por um bando de arruaceiros que, no
lugar de trabalhar, ficam fazendo bagunça pelas ruas. Aliás, eu gostaria de ser
informado quem paga salário para esse bando que tem tanto tempo para fazer
“baderna”.
E foi aí que o deputado
do PP foi vaiado por cerca de 30 manifestantes ligados ao grupo “Tortura Nunca
Mais/RJ” e a movimentos de esquerda e gritavam "Fora Bolsonaro". A
comitiva entrou no batalhão por volta das 10h30, trinta minutos após o
previsto.
Além de Bolsonaro,
Capiberibe e Rodrigues, também entraram a deputada federal Luiza Erundina, do PSB/S,
e quatro integrantes da Comissão Estadual da Verdade: Wadih Damous e Marcelo Cerqueira
(representando a comissão nacional) e Álvaro Caldas e Nadine Borges
(representando a comissão estadual).
Antes da visita, Wadih
Damous considerou a presença de Bolsonaro uma provocação. "Ele é um ser
estranho a esta comitiva". Bolsonaro respondeu: "Eles não aceitam o
contraditório. A única opinião certa é a deles". Mas na verdade, Bolsonaro
faz parte da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e, assim sendo, poderia até
estar presente, já que esta comissão de direitos humanos atua, ou deveria atuar,
para os dois lados. E como Bolsonaro, mesmo que não fosse dos Direitos Humanos,
além de deputado, é um oficial reformado do Exercito, será que ele não poderia
entrar em um quartel de sua arma? Acho que ele é reformado e não expulso do
Exercito.
Além do mais, se a
Erundina pode, quem não pode?