Tudo foi feito para acontecer o pior

Serviço partidário com 

dinheiro de ONG

Gerson Tavares

Lembro bem quando estavam para fundar um partido e um meu amigo, um bom jornalista já falecido, mas que eu me reservo o direito colocar aqui só o seu prenome, Paulo, me convidou para ir até a um edifício na Avenida Nilo Peçanha, centro do Rio de Janeiro, onde iria acontecer a primeira reunião para formar o mais novo partido político. Nesta época o meu amigo Paulo e eu, trabalhávamos na Rádio Bandeirantes do Rio. A emissora na época transmitia sua programação, direto de sua sede, instalada na Rua Treze de Maio, ali ao lado do Theatro Municipal. Ao chegar ao local da reunião eu tomei um susto quando vi que o meu amigo estava me levando para um “covil”, já que a reunião era presidida por nada mais, na menos, que Leonel Brizola. Falei com o Paulo que quando ele se reunisse com gente de bem, poderia me chamar, mas ali não dava para ficar. E assim foi fundado o PDT, mas continuei amigo do Paulo, um excelente jornalista.

Muita coisa aconteceu de lá para cá e o PDT já esteve envolvido em muitas "mutretas". O Leonel Brizola mostrando ser maquiavélico, como eu já havia previsto e alertado o meu amigo Paulo, um dia resolveu que o seu jornaleiro iria um dia ocupar o seu lugar no partido. E se o Brizola, enquanto viveu foi dono do PDT, após sua morte, o partido teve um novo “dono” e seu nome é Carlos Lupi, aquele mesmo jornaleiro do Brizola. 

Meteu os pés pelas mãos em tudo que fez e o Lula, também maquiavélico, queria se vingar de Brizola por um dia tê-lo chamado de “sapo barbudo”, resolveu dar um ministério ao “filhote de Maquiavel”. E desde que assumiu o Ministério do Trabalho, Lupi só fez "merda". Agora mesmo, um ex-dirigente do PDT catarinense diz ter recebido salário por serviços partidários de uma entidade contratada pelo Ministério do Trabalho. O esquema irregular de pagamento ocorreu em 2008, durou pelo menos seis meses e foi montado pelo hoje ministro da pasta, Manoel Dias. Pelo menos é a acusação de John Siever Dias, em entrevista exclusiva ao jornal “O Estado de São Paulo”. E quem colocou o Manoel Dias no cargo? Claro que o Lupi estava lá arrumando o lugar e a Dilma acompanhou a indicação.

É bem verdade que outros fatos aconteceram, mas este começou em 2008. E John Siever, que viria mais tarde a se tornar presidente da Juventude do PDT, prestava serviço à Universidade Leonel Brizola, instituição bancada pela fundação homônima ligada ao partido. Em duas entrevistas de mais de seis horas, nas quais se deixou fotografar e gravou depoimento em vídeo, Siever disse que seus pagamentos pelos serviços ao partido eram feitos pela Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Rio Tijucas e Itajaí Mirim (ADRVale).

Com sede na cidade catarinense de Brusque, a entidade firmou seis convênios com o Trabalho na gestão de Carlos Lupi, padrinho político de Manoel Dias, recebendo R$ 11,3 milhões para qualificação profissional.

Fundador da Universidade Leonel Brizola, Manoel Dias, ou "Maneca", preside desde aquela época a fundação do partido que mantém a universidade, além do diretório estadual pedetista em Santa Catarina.

E John Siever entregou: "No fim de 2007 eu fui morar em Florianópolis com outros companheiros do partido. No início de 2008, o Maneca me ligou, ele estava na sede, eu estava viajando, e disse: ‘A partir de hoje tu é o responsável pela Universidade Leonel Brizola e pelos núcleos de base do partido’. A minha função era entrar em contato com o pessoal, fornecer o que precisaria para montar as telessalas".

Segundo John, o ministro disse que ele seria remunerado pelo trabalho para o PDT e o dinheiro viria da entidade. "Ele disse que eu receberia uma remuneração. Dias depois, o Maneca e o Rodrigo Minotto, chefe de gabinete do ministro e também filiado ao PDT de Santa Catarina, receberam na sede do partido em Florianópolis dois senhores de cabelos brancos. Meia hora depois, o Maneca chegou com esse senhor e disse: ‘Olha, referente ao teu salário da universidade, você vai passar os seus dados para esse senhor, que você vai começar a receber por eles’. Eu e um outro, chamado Fábio. O senhor anotou o telefone da ADRVale de Brusque, disse que era só ligar lá, que uma menina ira pedir nossos dados e isso resolveria o nosso problema."

John Siever prossegue: "O Maneca até olhou pra nós e disse: ‘Resolvido?’ Ele falou em torno de R$ 1.300 por mês. A partir daquele momento, no começo de mês, a gente ligava todo mês e cobrava".

E com esta afirmação seguinte, parece que a ficha caiu para o John Siever: "Eu imaginava que não era coisa boa. Uma empresa que presta serviço para o Estado estar me pagando? Mas quem iria confrontar o Maneca?".

Estes são alguns fatos que o eleitor não se liga e assim, o Brasil vai cada dia mais para o buraco. Só tem um jeito: Tirar todos que aí estão e começar tudo de novo, mas começar com Ética e Moral e Civismo.

Aliás, três “quesitos” que há muito tempo não existem mais nos movimento políticos do País.

Viu Paulo? Tenho certeza que aí onde você estiver, estará hoje dizendo que eu tinha razão, mas se você acreditou, deu sorte. A sua morte foi a sua salvação, porque hoje, se vivo fosse, estaria chorando por um dia ter dado força para formar essa quadrilha.