segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Espião desiludido


Projeto de satélite 

antiespionagem

Gerson Tavares
 









Esse pessoal tem medo de tudo. Dizem até que teve gente vasculhando o quarto de dormir lá no Palácio da Alvorada à procura de câmera. Mas, diga-se de passagem, que se tivesse câmera naquele quarto o máximo que poderia acontecer era ser usado como “filme de terror”.

Mas o governo, preocupado com o que possa acontecer, quer iniciar em outubro a construção do satélite geoestacionário brasileiro, um projeto orçado entre US$ 600 milhões e US$ 660 milhões. Esta iniciativa, que já estava em andamento, agora está a todo vapor para que as comunicações de dados do Brasil, inclusive as da presidente da República, não fiquem mais nas mãos dos Estados Unidos. E o satélite deverá entrar em órbita em 2016.

Segundo o governo, o País está numa situação vulnerável. Comunicação de dados, telefonia, sinais de TV paga e até comunicações militares passam pelo satélite da Embratel, empresa que já foi estatal, mas foi privatizada em 1997. Hoje, está nas mãos do empresário mexicano Carlos Slim, dono da operadora Claro.

E a explicação do presidente da Telebrás é patética: “Alugamos satélite de uma empresa estrangeira. Hoje, se tivermos algum problema, não temos controle nenhum sobre ele". Então ele diz que se por acaso acontecer uma situação de guerra, o satélite pode ter sua posição alterada e inviabilizar as comunicações no País.

Assim sendo, o governo quer comprar o satélite e a tecnologia. No mês passado, foi escolhido um grupo franco-italiano, o Thales Alenia Space, para fornecê-los. O satélite vai ser construído pela Visiona, uma joint venture entre a Telebrás e a Embraer, que será uma montadora de satélite. A tecnologia ficará com a Agência Espacial Brasileira (AEB), que vai irradiá-la a partir de um polo em São José dos Campos.

Dizem que com o novo satélite, também deverá ser aumentada a segurança das comunicações. Hoje, boa parte dos dados que transitam pelo satélite da Embratel é aberta. No futuro modelo, os dados passarão pela Telebrás. Mas então, se hoje qualquer pessoas pode invadir as comunicações do governo, a Dilma está dando "pit" à toa com o Obama.

O equipamento brasileiro também terá dispositivo que desligará terminais não autorizados. Outro objetivo do satélite brasileiro, que dizem ser o mais importante do ponto de vista social, será levar internet banda larga a todo o País. Ao longo deste ano, a Telebrás implantou uma rede de fibra ótica na Esplanada do Ministério. Segundo o Bonilha, "a rede está lá, basta instalar os equipamentos e ligar os pontos".


É tudo fácil, assim, num estalar de dedos, mas para o povo, que vai pagar caro por tudo isso, a coisa fica a cada dia pior.

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