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Mais uma vez, que se “fux” o povo

Gerson Tavares

O Supremo Tribunal Federal, depois daquele sexto voto do Luiz Fux em valor dos “bandidos” na decisão sobre a Lei da Ficha Limpa ficou “mal na fita”. Mas isso não traz nenhum problema para os “bandidos” porque o que corre pelos corredores e que a “lei” está com seus dias contados para quase total esvaziamento. O próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro do STF e defensor da lei, Ricardo Lewandowski admite que nem em 2012 a coisa irá funcionar: "A constitucionalidade da lei referente aos seus vários artigos poderá vir a ser questionada futuramente antes das eleições de 2012". Segundo Lewandowski, em um futuro exame "a lei vai ser fatiada como um salame e será analisada alínea por alínea".

E aí, com calma e recomendações, tudo será “analisado” para não ferir ninguém. Todos serão “julgados” inocentes e tudo fica como antes, com os “ladrões” transitando sem medo de maiores problemas. Até agora não há ainda uma lista disponível com os nomes dos políticos fichas sujas que poderão tomar posse em decorrência da decisão do STF, mas como acertos deverão acontecer, muita gente já está arrumando as malas e vendo apartamentos para fazer a mudança.

Isso acontece mesmo depois que Lewandowski afirmou que as posses não serão imediatas. Cada caso terá de ser analisado individualmente pelos ministros relatores. Confirmado que o político teve votos suficientes para se eleger, terão de ser realizadas as diplomações e marcadas as posses. Mas será que Lewandowski acha que essa “corja” já não tem a contagem pronta?

O STF deverá se posicionar sobre a constitucionalidade da lei se alguma autoridade, partido político ou entidade de classe de âmbito nacional provocar formalmente o tribunal por meio de uma ação. Fux só deu voto para garantir que a lei não poderia ter sido aplicada na eleição do ano passado, mesmo tendo uma decisão anterior, do TSE, determinando a aplicação da lei às eleições de 2010.

Mas como a Justiça precisa dos outros Poderes, bota essa “quadrilha” para dentro e seja lá o que Deus quiser.