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Aos “baderneiros” tudo

Gerson Tavares

Se existe uma coisa que vai dar polemica neste início de governo Dilma, será essa “Comissão Verdade”. Não por que o brasileiro não quer saber das verdades, mas essa “verdade” que estão querendo impor, não passa de uma grande mentira.

E o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, já pulou na frente para defender a criação da Comissão da Verdade e, indiretamente, mandou um recado aos militares que ainda resistem à constituição desse grupo. Como o Comando do Exército, com apoio dos comandos da Aeronáutica e da Marinha divulgaram em documento onde manifestaram uma posição contrária à comissão, até porque só servirá para criar tensões e retaliações, o ministro respondeu que “Quem quiser resistir à busca da verdade, o fará nos termos da exposição democrática. A sociedade brasileira hoje quer a verdade. Se alguém é contra, que se expresse. Vamos apoiar esse projeto”. Assim falou José Eduardo Cardoso em relação ao projeto que tramita no Congresso para criar a Comissão da Verdade.

E ainda disse que a sociedade brasileira hoje quer a verdade e se alguém é contra, que se expresse e garantiu que o governo vai apoiar o projeto. E quanto a isso, ninguém tem dúvida alguma, pois afinal, a Dilma é uma das pessoas interessadas em “ver o circo pegar fogo”. Pelo que disse o ministro, os esclarecimentos do que ocorreram durante a ditadura é um compromisso histórico deste governo.

Tudo isso aconteceu quando prestavam homenagem a mulheres que estiveram na luta contra o período do governo militar. Não é novidade o que o ministro falou, que muitas mulheres tombaram, lutaram e algumas sobreviveram. Mas quando ele disse que resgatar essa memória e assumir os erros do Estado no passado para que isso não mais aconteça, ele só esqueceu de falar que até hoje não só muitas mulheres, mas também muitos homens e crianças continuam lutando e sofrendo com a situação de subvida a que estão relegados. Esqueceu de falar que muitos estão morrendo por inanição e por falta de amparo governamental, porque “Bolsa Família” não é para todos e sim para aqueles que rendem votos. Este “ministrinho” precisa andar pelas ruas das cidades grandes para ver quantos estão por aí, jogados sob as marquises.

Mas Cardozo defende pagamento de indenizações para aquelas mulheres que fizeram parte dos grupos de “baderneiros” e diz que isso é um direito não só por lei, mas por justiça.

Mas por que justiça e lei só para aquelas?