segunda-feira, 14 de março de 2011


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É proibido proibir




Gerson Tavares

Depois de uma parada para carnaval, volto hoje, dia 14 de fevereiro, a segunda-feira que dá início ao ano de 2011 e já falando de coisas desagradáveis. E o assunto de hoje lembra muito um passado que não gostaríamos de ter de volta, mas infelizmente já é quase uma realidade. Na década de trinta apareceu um gaúcho que amarrou o seu cavalo na porta do Palácio do Catete e por quinze anos deu as cartas como ditador que se tornou, ao tomar o governo das mãos de Washington Luiz.

Na década de sessenta, os militares tiveram que fazer um “contra golpe” no país e tiraram o presidente João Goulart que havia assumido o governo na renúncia do presidente Janio Quadros. O Palácio do Planalto recebeu como o seu mandatário o cearense Castelo Branco e o país acabou ficando em um regime ditatorial militar até que veio a abertura, quando o general João Figueiredo restituiu o governo às mãos dos civis. Mas antes disso, atendendo os anseios da população que pedia “anistia total e irrestrita” Figueiredo resolveu anistiar todos aqueles que foram atingidos pela “lei” do regime militar. A anistia veio, trazendo de volta à Pátria, muitos “guerrilheiros” e “intelectuais” que haviam se mandado para o exterior. E como a anistia era “total e irrestrita”, com aquele ato ficariam todos no zero à zero com a nação.

Assim, nós, verdadeiros brasileiros, sentimos que ditadura era coisa do passado. E com as eleições acontecendo em regime de paz, tivemos eleições livres e logo na primeira, Fernando Collor de Mello, um jovem e deslumbrado nordestino se elegeu, mas mostrou que não estava preparado para ser o presidente. Assumiu o seu lugar o vice, Itamar Franco, que ficou até ao final do mandato.

Foi então que o Brasil teve a oportunidade de eleger um cassado pelo governo militar de 1964. Fernando Henrique Cardoso foi eleito e reeleito presidente, governando por oito anos o país. Depois foi a vez de um “operário” se eleger presidente. Luiz Inácio da Silva, um metalúrgico aposentado e que se transformou em um sindicalista, foi eleito e também por oito anos governou o país.

No segundo mandato de governo do Luiz Inácio já dava para sentir que ele tinha tomado gosto pelo poder e por muitas e muitas vezes ele falava em não querer um terceiro mandato. Isso era dito mesmo quando o assunto não estava no ar, mesmo quando não existia fumaça, “mas ele dizia que havia fogo”. Ele já dava prova que realmente não queria um terceiro mandato e sim que o seu mandato fosse sem um dia marcado para ter fim. Mas como em momento algum apareceu um dos seus correligionários que tivesse peito para incentivar o ato e ele não tivesse “aquilo roxo” para tomar a atitude, ele tratou de colocar alguém para concorrer às eleições que pudesse se eleger com o seu prestigio e garantir o tapete no lugar, sem levantar para ver a sujeira que estava lá por baixo. Dilma Rousseff eleita seria para ele a continuidade de seu governo por mais quatro anos e em 2014 ele candidato, se elegendo seria novamente presidente dando assim uma continuidade aos desmandos petistas.

Mas de repente, Dilma se elege e começa a dar sinais que não está muito bem em sintonia com os ideais do Luiz Inácio, que já sente que ela também quer ser a “dona do pedaço”. Mostrando que não está ali só para tapar o buraco de quatro anos no governo Lula, Dilma Rousseff, sentindo que ser presidente é bom, já demonstra que se for para continuar no comando, Inácio perdeu a vez.

Quando o Congresso discutia o aumento do salário mínimo, Dilma colocou o cabresto na tropa e com o bridão ajustado levou a tropa para o lado que quis. Tratou de garantir a aprovação de um projeto que lhe dá direito de "decidir” quanto vale o mês de salário do trabalhador e durante o tempo em que for “governo”, será ela quem vai ditar as ordens sobre os “ganhos” dos trabalhadores. Aliás, como se trabalhador tivesse algum ganho. Isso já é uma prova que ela não vai precisar de Congresso para decidir as coisas, fato que lembra muito uma ditadura.

Mas como Dilma não está ai para esconder que ela "é ditadora", ao entrar em “férias” de carnaval, ela escolheu a Base Aérea da Barreira do Inferno, lá em Natal, capital do Rio Grande do Norte, para descansar com parentes e amigos. Tudo bem que é um direito da presidente da República escolher onde quer descansar e lá foi a Dilma com sua comitiva.

Mas não foi com a ida de Dilma e seu pessoal para a barreira do Inferno que eu fiquei preocupado e sim com as atitudes tomadas por ela. Dilma determinou que pelo tempo em que ela permanecesse na Base Aérea todas as pessoas que tivessem acesso ao lugar, fossem eles militares ou civis, fossem proibidas de portar telefone celular ou câmeras fotográficas. Todas as pessoas que chegaram à Barreira do Inferno foram revistadas antes de entrarem na Base. Quem estava com telefone celular teve a bateria retirada e em alguns casos, o aparelho foi confiscado e só devolvido na hora da saída. Corvetas da Marinha de Guerra mantiveram todos os desavisados a uma distância de cinco quilômetros de distância da área usada por Dilma e por seus convidados. Pelo que fiquei sabendo Dilma não queria correr o risco de ser fotografada enquanto estava em suas horas de lazer. E foi aí que o meu amigo “Zé Doidão” perguntou: “Mas quem iria querer fotografar a Dilma em trajes de banho com tantas garotas gostosas em sumários biquínis nas praias de Natal? Só doido!”

Mas ela proibiu e isso prova o seu lado ditador. Isto é uma prova que Dilma está trabalhando seu lado de “mandão” por que só assim ela vai poder se preparar nesses quatro anos que tem pela frente para dar o golpe, até no Lula “que não teve aquilo roxo”, e assumir como a verdadeira “ditadora” que pretende ser.

Quem não quiser acreditar que me desminta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não há dúvida alguma que a Dilma tem muito mais coragem que o Lula para implantar a ditadura. E é muito bom lembrar que todas as 'ditaduras' que estão por aí, são implantadas pelos que se dizem de esquerda.

Você lembrou bem que o Lula não tem aquilo roxo, mas a Dilma...

Sei lá.


Fernando Mendes
São Paulo