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Quem quer carro aí?

Gerson Tavares

Parece até programa de auditório do Silvio Santos, mas estamos falando da política brasileira. Eu já acho um escândalo senadores e deputados federais receberem carros oficiais para passearem pelo período em que estão exercendo seus cargos. Além do carro, o “safardana’ ainda recebe combustível para rodar o mundo sem precisar prestar conta e muito menos provar que colocou aquele combustível no carro oficial.

Mas os deputados estaduais também têm a mesma mordomia e por aí vai. Se você chega a qualquer Palácio de Justiça deste imenso Brasil, todos os desembargadores e juízes estão lá com seu carrinho com placa de bronze.

E como eu vivo na cidade do Rio de Janeiro, há mais de vinte anos me “gabava” porque o vereador da cidade do Rio de Janeiro, a nossa Cidade Maravilhosa, não seguia o regime de gastos que as prefeituras fazem com carros oficiais para seus vereadores. Mas como sempre tem alguém para piorar as coisas, não é que a Mesa Diretora da “Gaiola de Ouro” resolveu distribuir carros oficiais entre todos os vereadores?

Mas nem todos são “safardanas” e o vereador Paulo Pinheiro, do PPS, resolveu que não quer essa “benesse”. Ele disse que tem o seu carro e que faz todas as visitas às escolas, hospitais e comunidades com o seu carro particular e está ótimo assim. E falou mais o Paulo Pinheiro: “A determinação da Mesa é que, quem que não quiser o carro tem que avisar, senão vai receber. Comprar veículos não é a prioridade da Casa, que tem gabinetes com vazamentos, elevadores quebrados”.

Outro que já disse que não aceita é o vereador Eliomar Coelho, do PT. E foi claro em sua explicação: “Com o salário que recebem, os vereadores podem comprar carros. Se tem dado certo, por que comprar agora? Com o que podemos gastar de combustível, dá para a lua e voltar”.

Hoje cada vereador do Rio, usando seu próprio carro, pode gastar até 800 litros de combustível por mês que o povo paga, mas como a vereança é a porta de entrada para a política e hoje são exatamente os “safados” que estão fazendo a maioria nas casas legislativas, depois dessa “ordem”, raras exceções como Paulo Pinheiro e Eliomar Coelho estarão ao lado do povo.