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Plebiscito pra que?

Gerson Tavares

Sempre que a casa é arrombada, a gente pensa logo em colocar uma tranca mais forte. Agora, depois dessa chacina que aconteceu no bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com 13 mortes, sendo que 12 eram estudantes adolescentes e ainda deixando mais 12 feridos e centenas de estudantes traumatizados pelo resto da vida, o Senado decidiu na terça-feira propor oficialmente a realização de um plebiscito no país para questionar a população brasileira sobre a venda de armas de fogo no país.

Com todos os líderes partidários apoiando, o presidente do Senado, José “Ribamar” Sarney, apresentou projeto de decreto legislativo que determina a realização de plebiscito no primeiro domingo de outubro deste ano para que os brasileiros respondam à pergunta: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?".

Primeiramente Sarney havia anunciado que iria sugerir a realização de referendo para questionar aos brasileiros. Mas mudou de ideia ao afirmar que o plebiscito vai consultar a população sobre a possibilidade de o Congresso modificar uma lei que já existe e que é o Estatuto do Desarmamento. E no caso do referendo, teria que referendar ou rejeitar a lei.
O texto ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa e depois pelos plenários do Senado e da Câmara, para que o plebiscito ocorra de fato em outubro.
Mas, se já existe a lei que é o Estatuto do Desarmamento, se assim mesmo nada foi feito depois que em 2005 foi feito um referendo, para que consultar a população se deve ou não ser modificada a lei? Está mais que provado que essas armas não estão nas mãos de gente de bem e por tanto é só executar a lei. Quem anda por aí matando não tem porte de arma e muito menos armas registradas.

Por tudo isso e como os senadores tão interessados neste esquema para fazer um novo referendo, eu pergunto: Como nas eleições, para o referendo tem grana alta em jogo? Será que tem político pensando em se dar bem até nessa hora?

Será que o Sarney?... Sei lá!