segunda-feira, 11 de abril de 2011

O poeta não merecia

Gerson Tavares

Os poetas procuram sempre transmitir a doçura infinita que existe no amor, na emoção e foi assim que o poeta Tasso da Silveira sempre retratou sua vida poética. “É preciso que se encha o mundo de doçura infinita” é só uma pequena mostra daquilo que ele escrevia em suas poesias com as quais presenteou aqueles que amam. Mas hoje, depois de alguns dias para deixar passar a comoção natural que acontece sempre depois das tragédias, escrevo sobre o massacre que aconteceu em salas de aula de um colégio municipal na cidade do Rio de Janeiro que homenageia este homem das letras.

E o mundo chorou junto com aquelas doze famílias enlutadas. Eu me calei por uns dias, primeiro por respeito à dor daqueles que perderam seus entes queridos e segundo porque tudo que se fala no auge da emoção, muitas vezes não diz bem aquilo que aconteceu.

Hoje eu já posso dizer que foi em boa hora que o sargento Alves, “anjo da guarda” daquelas crianças que ainda estavam sob ameaça das armas de um tresloucado assassino, atirou, mas não matou o bandido. Depois de baleado, o assassino deu um tiro na própria cabeça, que como todo covarde, colocou fim à própria vida.

Mas quando digo isso é porque conheço essa turma dos “direitos humanos”. Se o tiro que deu fim à vida do facínora tivesse saído da arma do sargento, esses defensores dos “oprimidos” à esta hora já estariam procurando uma falha no comportamento do policial para justificar uma condenação daquele que atirou e matou um ser humano.

Mas quis Deus que o próprio assassino se matasse, mas e se tivesse sido preso, o que aconteceria com ele? Sim, se ele não tivesse morrido, qual seria a penalidade que ele teria em um julgamento?

Por tudo que se vê por aí, ele, condenado, seria preso e até pelo seu modo de vida, teria um bom comportamento e então receberia direito a progressão de pena. Seis ou sete anos depois ele estaria em liberdade. Com psicólogo pago pelo governo, estaria sempre muito bem assessorado e logo apareceriam pais adotivos para garantir um futuro tranquilo para aquela mente insana.

Por tudo isso, já é hora de se fazer uma reviravolta nesse nosso Código Penal. Que ele seja alterado imediatamente, mas se der para fazer, vamos fazer completa esta reviravolta. Esquecer essa tal de “progressão de pena” e dar cadeia de verdade para traficantes e tratamento médico em hospitais penitenciários especializados para os usuários de drogas e já que é para ser a vez da “reforma geral”, cadeia para qualquer pessoa, seja ela um cidadão que não cumpra com seus deveres ou mesmo, políticos “safardanas” que infestam a nossa política.

Tenho certeza que não tanto pelos cidadãos, mas pelos políticos, as cadeias serão poucas e pequenas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Triste, muito triste tudo isso. E pensar que estamos num país de paz. Até quando vamos ter que conviver com esse medo.


Vitória Gomes e Sá
São Luiz - Maranhão