Gerson Tavares
Fico abismado com certas coisas que estão acontecendo nos dias de hoje. Eu que esperava não ver mais a volta dos “anos de chumbo”, fico pasmo quando escuto ou leio que coisas ainda acontecem neste nosso Brasil.
Agora mesmo, vejo que uma produção cinematográfica que se tornou histórica pelo seu enredo, lançada no país em 1984, dentro do regime militar, em plena ditadura e que teve uma grande repercussão entre o público cinéfilo, fazendo com os homens da “redentora” aceitassem, talvez não de bom grado, mas aceitassem a película em seu todo. Estou falando da um filme do Silvio Tendler, o longa metragem “Jango” que contava um pouco da história recente do país.
"Jango" está sendo relançado agora em grande circuito e fiquei de veras aturdido quando tomei conhecimento que a “censura” só liberou o filme para maiores de 14 anos. A alegação para essa agressão e que duas mortes aparecem na película.
Mas será que são estas duas mortes que levaram a essa proibição? Com tantas mortes, com tantos massacres acontecendo “ao vivo”, dia claro em nossas ruas, existe razão para essa “censura”? Com tantos assaltos nas ruas, em residências, bancos, lojas comerciais, com tantos roubos feitos dentro dos gabinetes dos nossos governantes, dentro das câmaras, do senado e até mesmo dos palácios, serão duas mortes em um filme, razão para “censura”?
Mas o que mais agride é saber que em seu lançamento em 1984, quando a censura era feita dentro dos quartéis, como dizem esses “arautos da verdade” que campeiam pela nossa política, este mesmo filme, foi liberado pela Censura, aí sim, com “C” maiúsculo, para qualquer idade.
Realmente não dá para acreditar em homens que a todo o momento, precisam gritar aos quatro cantos que são “éticos”, que têm “moral” e que lutam pela “liberdade” com um único intuito: fazer com que o povo viva numa eterna ilusão de que eles são verdadeiros.
Para mim, eles não passam de “vendilhões” da pátria.
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