segunda-feira, 21 de abril de 2008

BRASIL
Eles perderam a voz e as fãs
ficaram mais distantes

Frank Aguiar e Edgar Mão Branca
sentem falta do prestígio que sempre tiveram




BRASÍLIA - Acostumados a mobilizar um público que se conta às dezenas de milhares, os astros da música e da TV eleitos deputados vivem na Câmara uma realidade bem diferente. Se no palco ou na TV os cantores de forró Frank Aguiar (PTB-SP) e Edigar Mão Branca (PV-BA) e o apresentador de TV Clodovil Hernandes (PR-SP) são o centro das atenções, na Câmara eles circulam como gente comum, brigando duro para "vender" seus projetos a um colegiado muito menor, de 513 deputados. "Não é fácil, mas não é impossível desenvolver um trabalho bom na Câmara", avalia Aguiar, conhecido também como "Cãozinho dos Teclados", pelos gritos que costuma dar durante seus shows. Mas, se na rotina legislativa os três não têm destaque nem cargos de importância, nos corredores eles fazem a alegria dos funcionários. Frank Aguiar e Mão Branca estão em fotos expostas no mural das funcionárias que servem o cafezinho. Deputados de primeiro mandato, eles muitas vezes se destacam pela maneira como se apresentam. Clodovil desfila sempre com ternos impecáveis e lenço no bolso. Aguiar usa o cabelo amarrado para trás e Mão Branca não tira o chapéu de couro, que já lhe custou uma repreensão do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Aprovar um projeto é difícil. Existe muita política de compadre aqui dentro", avalia Mão Branca. "Considero-me ousado, e essa ousadia incomoda."


Mas no fundo mesmo, o que incomoda é essa falta de preparo educacional de uma população que ainda não aprendeu a votar.

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