Acampamento fantasma do MST
PRESIDENTE EPITÁCIO - O único sinal da presença humana no Acampamento Sul Mineira, em Presidente Epitácio, no Pontal do Paranapanema, é um canteiro recém-plantado com batata doce. Os 18 barracos, na margem direita da SPV-035, que liga a cidade a Teodoro Sampaio, estão fechados, alguns com cadeado na porta, outros com marcas evidentes de abandono. Sinais de presença, só algumas torneiras abastecidas por tambores plásticos e algumas galinhas que ciscavam o solo seco, famintas.
No cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), usado inclusive para a distribuição mensal de cestas básicas, o Sul Mineira tem 36 famílias acampadas. Fora do papel, é um acampamento fantasma, como dezenas de outros espalhados pela região que mais recebe investimentos da reforma agrária no Estado.
O coordenador regional do Movimento dos Sem-Terra (MST), Valmir Rodrigues Chaves, reconhece que está perdendo acampados. Ele atribui a redução ao desestímulo com a reforma agrária que não anda e à dificuldade de mobilizar um pessoal que, na periferia das cidades, é atendido pelas bolsas e outras benesses do governo.
De acordo com os números do Incra relativos a 2007, o Pontal tem 54 acampamentos com 5.343 famílias sob a lona, na expectativa de ganhar um pequeno sítio de até 20 hectares. Só em Presidente Epitácio, são 10 acampamentos com 1.275 famílias.
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