quarta-feira, 16 de abril de 2008

O dinheiro sai sempre do bolso do povo


Gerson Tavares


Na segunda-feira os prefeitos do PT fizeram um ato de desagravo à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Tudo aconteceu durante um encontro realizado em um hotel de Brasília. Em uma mesa formada por “autoridades”, o prefeito de Vitória, o petista João Coser, defendeu a postura de “mãe” Dilma, que vem sofrendo desgaste político desde as denúncias do “dossiê FHC”. Ele disse que foi montado um ambiente político contra a ministra que vai além do episódio dos cartões corporativos. Foi a favor de apuração, mas sem prejudicar “mãe” Dilma. Falou ainda que ela terá sempre total apoio dos prefeitos do PT.

A prefeita de Santarém do Pará, a também petista, Maria do Carmo Lima, foi fundo e chegou até a formalizar uma moção de apoio a Dilma em nome dos petistas do Estado do Pará. Ela chegou ao cúmulo de dizer que a ministra está sofrendo perseguição por ser mulher.

“Mãe” Dilma também fez o seu discurso, mas falou apenas da prole, quer dizer, do PAC, mas como a turma petista não perde tempo, os expertos prefeitos trouxeram também aquele papo de terceiro mandato para Lula. Foi uma proposta sugerida pelo prefeito de Recife, João Paulo, que recebeu o apoio de cento e cinqüenta prefeitos presentes ao encontro. João Paulo chegou a dizer que Lula está promovendo uma “revolução social” no país.

Agora vamos por partes. Esses prefeitos foram para Brasília com dinheiro dos cofres públicos e foram defender Dilma. Com que “cara de pau” esses politiqueiros retornam aos seus municípios e encaram os munícipes? Quem passou procuração para eles, dando plenos poderes para falarem em nome do município? Eles têm que saber que a população de uma cidade é formada por partidários de várias bandeiras e não tem a menor obrigação de pagar viagem de turismo de petista. Que ele fale em nome de seu partido, mas nunca em nome de uma população. E quanto a infeliz declaração da prefeita de Santarém, e bom ela saber que a ministra não é a primeira mulher a assumir cargo nos governos. E como diria o saudoso Vicente Matheus: “Quem entra no fogo é pra se molhar”. Quanto ao segundo item da reunião, os “malandros” aproveitaram para forçar aquele “maldito” terceiro mandato. Para mim, tudo isso é orquestrado pelo “grande líder”.

É mais ou menos assim: “Eu não queria, mas já que pediram...”.

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