quarta-feira, 2 de abril de 2008

Vergonha da Alerj: fraude em auxilio, fraude nos julgamentos

Renata do posto chora. Políticos não honram seus votos



RIO – Em mais uma “vergonha nacional”, o plenário da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro) rejeitou ontem o parecer do Conselho de Ética da Casa que pedia a cassação dos deputados Tucalo (PSC) e João Peixoto (PSDC) por quebra de decoro parlamentar, mas o mesmo plenário aprovou o parecer que pedia a cassação dos mandatos das deputadas Jane Cozzolino (PTC) e Renata do Posto (PTB) pelo mesmo crime e com as mesmas provas.
Em voto secreto, o parecer que pedia a cassação de João Peixoto foi rejeitado com 44 votos contrários, 15 favoráveis, 6 abstenções e 1 em branco. Tucalo que também foi absolvido, disse que o resultado do julgamento poderia ser diferente se a sessão fosse aberta. Neste caso, ele reconheceu que poderia ter perdido seu mandato.
Chorando, o deputado Tucalo não quis dizer como votou no julgamento dos pareceres que pediam a cassação de Renata do Posto e Jane Cozzolino. Ele afirmou que a decisão foi justa. “Respeito o que foi decidido aqui. Meu único erro foi ter aceito uma indicação (de um suposto funcionário que seria um laranja) errada para meu gabinete. Fui mal assessorado e vítima desse esquema”, disse.
Renata do Posto não quis comentar a decisão da sua cassação, mas seu advogado, Mário Cesar Monteiro, vai recorrer da decisão ao plenário da Alerj. “Não há prova nenhuma contra a deputada. Ela não recebeu nenhum tostão, foi ao Ministério Público abrir suas contas”, afirmou o advogado que disse ainda que o chefe de gabinete de Renata, Nourival Coelho, acusado de ser um dos aliciadores dos supostos laranjas do esquema, foi demitido pela deputada na semana passada. Em seu depoimento, Renata do Posto alegou que não sabia da fraude que acontecia em seu gabinete. “Não posso exigir o extrato bancário dos meus funcionários. Mas não dou autorização a ninguém para falar em meu nome. Nem mesmo a meu pai.”
Entre as diferenças que pesam contra os quatro deputados está a quantidade de auxílios-educação cadastrados no gabinete de cada um. No de Jane, eram 275 auxílios. Renata tinha 80 cadastros de auxílio-educação em seu gabinete. João Peixoto e Tucalo, tinham dois cada.
Só esquecem os nobres deputados do Estado de Rio, que punem um e salva outro, de acordo com os interesses, que crime é crime, roubando um milhão ou um real.

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