Um cabo eleitoral para dois candidatos. Isso
é o mesmo que vender a alma a Deus e ao Diabo

Gerson Tavares

Vejam o que é a sede de poder. O Sérgio Cabral, no sonho das obras do PAC e precisando se manter na crista da onda colou em Lula, somou seu apoio ao presidente e um único candidato a prefeito da cidade do Rio ficou com a cobertura total, federal e estadual. Alessandro Molon foi o escolhido e os palanques espalhados pela cidade, desde já, serão as grandes salas de reunião de políticos que estarão envolvidos na luta por um petista no governo carioca.

Mas a coisa não vai ser tão fácil como Lula e Cabral pensavam. Os compromissos políticos de Lula para se reeleger levam agora a uma dúvida cruel. Chegou a hora da cobrança e o Crivella, como bom pastor, não é de perdoar promessa. Agora então, depois de ter sido apontado pelo “irmão” vice-presidente José Alencar como o “candidato do Coração” do presidente, o senador que é pré-candidato do PRB à Prefeitura do Rio.

Com a campanha ainda não permitida, mas já praticamente na rua, o Molon virou a menina dos olhos do presidente e lógico, do Sérgio Cabral. Mas o candidato da IURD sabe que compromisso é compromisso. Diplomático como ninguém, Crivela sabe entrar na briga sem falar em armas. Como o presidente gosta de esporte, Crivela falou que o Lula vai saber correr com dois carros como faz a Ferrari e assim, vai correr com os dois para definir somente no segundo turno. Já o Molon discorda dessa opinião. Apesar de ter ficado, juntamente com Jandira Feghali de fora do foco de luzem em um evento que compareceu, Molon sustentou que existe apenas um carro nessa corrida e que o número dele é 13. Já a sua companheira de coxia, Jandira acha que Lula vai dar uma de observador por algum tempo e mais tarde, lá na frente, decide com quem fica.

Mas, se o Lula subir no palanque do Molon e não subir no do Crivela, é quebrar acertos do passado que poderá complicar no futuro.

Coitada da “mãe” Dilma.