sexta-feira, 11 de abril de 2008

Para ter genro assim, é melhor filha solteirona

Gerson Tavares

Na época do João Goulart e do Leonel Brizola diziam que “cunhado não é parente”. Mas pelo modo como a coisa está sendo conduzida no atual governo, “genro é parente”.

Atendendo “pedidos” da Dilma Roussef, da Casa Civil e de Tarso Genro, ministro da Justiça, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar o vazamento de informações do dossiê sobre gastos do cartão corporativo durante o governo FHC. Segundo o próprio Genro, a Polícia Federal tentará descobrir quem divulgou os dados sigilosos, mas não estenderá a investigação aos responsáveis pela feitura do dossiê dentro do Palácio do Planalto.

Mas como o próprio ministério da Justiça passou nota relatando conversa de Tarso Genro com “mãe” Dilma, ficou claro que partiu dela o pedido da investigação da Polícia Federal, mas que ficasse restrita ao vazamento. Nunca, mas nunca mesmo, avançar sobre produção e confecção do dossiê.

A polícia deverá investigar o fato até agora determinado, presumivelmente como delito e o delito que está sendo apontado até agora, de tipo penal, é o vazamento ilegal de informações.
Com delegado já escalado, que, aliás, muito experiente, deverão estar entre as primeiras providências, o pedido de perícia dos computadores da Casa Civil, de onde poderia ter saído uma das cópias do dossiê.

O ministro da Justiça disse que a ordem é a Polícia investigar o vazamento, mas nunca investigar quem confeccionou o dossiê, porque produção de documentos dessa natureza não é crime. Para Genro, criar o documento faz parte da rotina da burocracia e isso não consta como crime. Crime mesmo é divulgar.

Pelo visto, a coisa é mais ou menos assim: “Roubar não é crime... crime é divulgar o roubo”.


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