sexta-feira, 24 de outubro de 2008

MUNDO

Estudantes rejeitam reformas e
tomam escolas na Itália

Estudantes tomam as ruas em protesto contra Berlusconi



ROMA - Na tarde de ontem, as praças de Roma foram tomadas por estudantes. Enquanto Win Wenders e outros discutiam os problemas do G8 com o público que os jornalistas que acompanham o 3º Festival de Cinema de Roma, estudantes inconformados com as medidas da reforma educacional que deve mudar a historia da educação no pais resolveram fazer um grande protesto.

“Em vez de ficar aqui só teorizando, o que podemos fazer para mudar? Não sei se vocês sabem, mas neste exato momento nossos estudantes estão nas ruas, brigando pelo futuro deles”, questionou um jornalista para a banca de diretores que realizam um longa-metragem que, em oito episódios, discute temas como fome, educação, miséria em um mundo globalizado, mas não muito.

Há cerca de uma semana, os estudantes italianos estão em luta para mostrar que, se a direita neofascista avança, o pensamento liberal e plural ainda resiste em uma Itália que tem sido palco de tensões entre imigrantes e a máfia, a direita e a esquerda. Segundo os estudantes, a ultima de Berlusconi e companhia è o Decreto Lei Gelmini, que pode ser adotado pelo governo em “caso de extrema necessidade e urgência”, que prevê um retrocesso sem precedentes no quadro geral do sistema educacional do pais.

Em vez de calar, os estudantes tomaram as escolas, as praças, as ruas, o noticiário. E dão prova de que ainda há resquícios do maio de 68 em um país que mais parece caminhar em direção a uma nova Idade Média intelectual e política. Berlusconi não deixou barato e decretou na manhã desta quinta a ocupação das escolas pela Polícia. A juventude, pelo menos a que não pertence aos grêmios fascistas, que cada vez mais proliferam nas escolas e universidades, não se intimidou. Mais de 20 mil estudantes tomaram as ruas das capitais e passaram o dia gritando palavras de ordem.

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