Waldemar era o mandão

Gerson Tavares

Ele já tem o nome certo para o trabalho que fazia e é por isso que o advogado do ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas, Délio Júnior, está em dificuldades para livrar o seu cliente da tranca. Foi então que Délio resolveu “jogar no ventilador” e na sua defesa afirmou com todas as letras que "o verdadeiro tesoureiro" do PL era o ex-deputado Valdemar Costa Neto.

Quase chamando o Lamas de “vagabundo”, o advogado pegou pesado ao afirmar que Valdemar era a pessoa que controlava tudo em relação ao dinheiro no partido, desde "a compra de uma caneta até reuniões políticas".

Délio afirmou que os autos comprovam que Lamas não tinha qualquer importância política no partido, que não passava de “um zero à esquerda”. Disse que ele nunca influenciava cotações, não votava, não fazia nomeações, não fazia tratativas políticas de qualquer forma ou modo.

Délio deixou bem claro que quem mandava e desmandava naquele partido como manda e desmanda até hoje era o deputado Valdemar da Costa Neto que controlava desde a compra de uma caneta ou café até as reuniões políticas e votações no sentido A ou B.

O Jacinto Lamas é acusado de formação de quadrilha, corrupção passiva e 40 lavagens de dinheiro, mas o seu advogado garante que “naquele processo” não há provas concretas contra o réu.

E disse que não está interessado em saber se o mensalão existiu ou não, mas sim, que ele só quer mostrar que se o mensalão existiu, Jacinto Lamas não participou. “Não existe elemento sequer que diga que Jacinto Lamas tinha conhecimento dos saques ilícitos a mando de seu chefe Valdemar da Costa Neto. Em nenhuma das 17 provas existe nada nesse sentido. Aliás, indicam exatamente o contrário. Que Jacinto não teve qualquer participação no esquema mensalão”, falou Délio Junior.

Com isso, Délio jogou “Lamas” no ventilador e "Jacinto" que o Waldemar é quem vai sair tudo sujo dessa.

Ou não?