Deixando a pizza assar

Gerson Tavares

Vamos deixar de lado pelo menos por enquanto o julgamento dos bandidos que formaram aquela “quadrilha federal” e que, pelo que mostrou o Ricardo Lewandowski, ainda vai demorar muito tempo para chegar aos “finalmentes”. Vamos então falar daquilo que está diariamente “enchendo o saco” da população brasileira.

Assim como pizza, a campanha deste ano, por ser municipal, também é fatiada, mas o “sabor” é o mesmo em todos os municípios deste imenso Brasil e assim sendo vamos falar dos candidatos que estão fazendo os humoristas arrancarem os cabelos, porque já não precisamos esperar a novela acabar para assistir aquele humorístico com os consagrados artistas brasileiros.

Mesmo sem ser consagrado como artista, os candidato já se apresenta como consagrado canastrão, que vai para frente das câmeras e diz as suas baboseiras na maior cara de pau.

Podemos começar pelos políticos que estão disputando um assento na Câmara dos Vereadores da cidade do Rio de Janeiro, uma cidade que é tida como a capital da cultura, mas que pelo que já deu para notar, essa qualidade não é o forte dos candidatos.

Também dá para notar o “nepotismo” eleitoral, quando pai quer passar para filho as vantagens de se tornar um político e neste caso podemos citar aqui o Wagner Montes, que deputado estadual, coloca agora seu “filhote” Wagner filho, na porta da Câmara dos Vereadores e diz: “Vai... escraaaacha”.  E o pior de tudo é que este é o slogan de Wagner pai, que é do PSD e agora será usado também pelo Wagner filho, que é do PRB. Mas como nada é definitivo, pode ser que amanhã os dois estejam em qualquer outro partido e tudo ficará bem.

Tem uma candidata, a tal de Moniquinha, do PSB, que diz estar de "saco cheio" e quer saber se o telespectador também está. Mas ela se esqueceu de colocar em caracteres para onde o telespectador deve mandar a resposta. Assim. Ela nunca vai ficar sabendo a resposta dessa pesquisa maluca. 

E pelo que entendi os sequestros acabaram de vez na cidade do Rio. Por isso o Fernando Moraes trocou a Anti-Sequestro pelo PMDB. “Acabei com os sequestros no Rio, por isso, você me elegeu” diz ele em sua propaganda, mas o cara que mora lá na esquina foi sequestrado na semana passada e se a família não tivesse pagado o resgate ele estaria hoje “mortinho da Silva”.

Cezar Maia passou de cavalo à burro e agora vai tentar ser um simples vereador da cidade que já governou. Até agora não falou nada que fosse de impacto, mas ele sabe que se falar demais poderá complicar, mas pode tratar de se preparar para se defender porque seus direitos políticos estão na “corda bamba”. A 4ª Vara de Fazenda Pública já colocou seu nome na frigideira.

Nas eleições passadas a Patrícia Amorim usou o nome do Flamengo para se eleger, mas agora ele nem lembra o nome do clube que ela está levando para o fundo do poço. Fez seu programa sem falar em “clube do coração”.

E por aí foi o programa eleitoral que inaugurou o horário eleitoral 2012. Vamos ficar de olho e lembrando sempre que ser político nesse País, é ser sem vergonha.

Sem vergonha de mentir, sem vergonha de trocar de lado, sem vergonha de trair e acima de tudo, sem vergonha de roubar.

Pelo menos, estão roubando o nosso tempo.