quinta-feira, 16 de agosto de 2012


STF não é para julgar casos importantes

Gerson Tavares



Pelo menos foi assim que eu entendi a colocação do ministro Marco Aurélio Mello, que na sexta-feira passada, depois de deixar sua cadeira vazia no STF, foi a São Paulo participar de um evento.

Marco Aurélio é um dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal que deveriam estar lá julgando o mensalão, mas ele deu uma escapadinha até São Paulo para desanuviar a cabeça.

E já que estava em São Paulo, resolveu dar uma entrevista e foi aí que ele mostrou a verdadeira face da nossa Justiça. Marco Aurélio Mello disse que está “exaurido e assustado” com o julgamento e também com o seu formato que, para ele, está acontecendo dentro de um “sistema obsoleto que precisa urgentemente ser revisto”.

Não podemos esquecer que Aurélio havia dado a opinião para que fosse feito um desmembramento do julgamento. Segundo opinião do ministro, o STF é “um cemitério de inquérito e ações penais” e assim sendo não seria a instância ideal para se julgar os 38 réus.

Ainda falou que o judiciário está parado por causa do mensalão, porque para avaliar um único processo, cerca de 900 outros processos de extrema importância para a população estão esquecidos pelo STF.

E ai veio o desabafo?Estou exaurido de tanto ouvir. E sedento para que as explanações acabem para que, no próximo dia 16, comecemos logo a votar”.

Foi aí que ele falou aquilo que todos esperavam: o seu voto será de improviso e ainda não há nada resolvido sobre como se dará este voto entre os 11 ministros.

Tudo porque ainda não está definido se haverá desmembramentos ou não a acusação da condenação das penas, caso elas existirem. E disse mais, que se cada ministro falar o que pensa e der a pena que ache correta, vai ser como um leilão, uma confusão que não o resultado talvez não aconteça antes das eleições.

Mas e se o Marco Aurélio Mello, deixasse de comparecer a eventos “agendados” e ficasse lá no plenário do STF trabalhando, será que ele ainda precisaria ter tantas dúvidas?

Trabalhar que é bom, nem pensar!






2 comentários:

Carlos Alberto Fukz disse...

Mas se julga coisas sem importância é porque estamos com uma Justiça sem importância também.
Vejam que o ministro estava em São Paulo em dia de Julgamento de um dos maiores escândalos desse país. Então, que importância tem esse ministro para a nossa Justiça?
Se não me engano, esse ministro é parente do Collor, não é?
Importante esse cara.
Feira de Santana

José Soares Paraiso disse...

Pelo que está dando para notar, o STF não julga mesmo casos importantes. Por isso já começou ontem a pintar a pizza do mensalão. Se o Joaquim Barbosa já está descartando crime para a grande maioria da 'quadrilha' governamental, imagino como será daqui para frente.
Goiânia