segunda-feira, 29 de julho de 2013

Papa solta o verbo

Francisco dá apoio a manifestantes






Esta pegou na "ferida". Com um ataque à estratégia de "pacificação" das favelas no Rio de Janeiro, alertando que, enquanto a desigualdade social não for resolvida, "não há paz duradoura", foi assim que o Papa Francisco começou a visita que fez a comunidade de Manguinhos. Em plena Favela da Varginha, no Rio, ele fez um dos discursos de cunho social que pode ser considerado como um dos mais importantes de seu pontificado e convocou os jovens a continuar pressionando por melhorias, em um sinal de seu apoio aos manifestantes que tomaram as ruas do Brasil desde junho.

E Francisco ainda completou: “A grandeza de uma nação só pode ser medida a partir de como ela trata seus pobres”, deixando ali, nas entrelinhas, uma referência à insistência do governo de vender o Brasil como uma das maiores economias do mundo, mas que não dá solução para os problemas das favelas.

Francisco chegou até a reconhecer os avanços sociais promovidos pelo governo, mas logo falou que isso ainda não é suficiente e que a pacificação de favelas, como a que ele visita, não pode ser feita com armas.

E falando da pacificação, disse Francisco: "Nenhum esforço de pacificação será duradouro, não haverá harmonia e felicidade para uma sociedade que ignora, que deixa à margem, que abandona na periferia parte de si mesma" e como ele resolveu abrir o verbo, não podia parar por aí: "Uma sociedade assim simplesmente empobrece a si mesma, perde algo de essencial para si mesma". E foi além: "Somente quando se é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade. Tudo aquilo que se compartilha se multiplica. A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta trata os mais necessitados, que não tem outra coisa senão a sua pobreza".

E foi aí que ele falou sobre as manifestações da população, dando “o maior apoio” a todos aqueles brasileiros que lutam por mudanças sociais, em uma referência direta aos protestos que ganharam as ruas do País desde junho.

Falando da corrupção e do fato de a periferia ser abandonada por políticos, Francisco deixou claro que a Igreja vai apoiar o movimento mais amplo de exigências por melhorias. E para mostrar que a coisa é séria, fontes no Vaticano confirmaram ao jornal “O Estado de S.Paulo”, que essa foi à forma pela qual o Papa optou por lançar seu recado aos manifestantes. Pelo que deu para entender Francisco optou por evitar a palavra "protestos", mas apoia os manifestantes e que faz um apelo para que a pressão contra a classe dirigente continue.

E dando ênfase aos jovens falou: "Aqui, como em todo o Brasil, há muitos jovens. Vocês possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias que falam de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram o seu próprio beneficio. Também para vocês e para todas as pessoas eu repito: nunca desanimem, não percam a confiança. A realidade pode mudar, o homem pode mudar".

E para mostrar que veio para revolucionar, Francisco ainda apelou à população para que não se deixe "acostumar ao mal, mas a vencê-lo". O papa ainda garantiu: "Vocês não estão sozinhos, a Igreja está com vocês, o papa está com vocês".

E muito mais ele falou para mostrar aos brasileiros que políticos passam, mas nós brasileiros, estamos aqui para moralizar a política e o País.


Viva Francisco! Viva o Brasil!

Um comentário:

João Vasco disse...

Mas aqui no Brasil, enquanto houver político dando esmola ao pobre em troca de voto, a paz nunca será duradoura.
Na política ninguém está preocupado com o pobre e sim com o próprio umbigo. Ele dá com a 'esquerda' para receber com a 'direita' e assim eles pensam que iludem a todo mundo.
Vamos ver se agora o povo acordou e não mais aceite esmola e sim, que cobre seus direitos.
Obrigado papa Francisco por tentar alertar esse pobre 'povo pobre'.
Benfica - Rio