Eles não vão deixar acontecer

Voto secreto? Mas é nunca!!

  Gerson Tavares

 

É hora de enrolar e é assim que todos estão agindo para diminuir a pressão do povo. E neste caso está o “voto secreto”, servindo como escudo para a Dilma continuar de “boazinha” e tentar melhorar a sua reputação.  

Depois de ser aprovado por votação simbólica na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, aquele projeto que determina o fim do voto secreto no Legislativo para todas as modalidades em que é previsto na Constituição, começou a sofrer “desaperto” do nó ao ser apreciado no plenário da Casa.

O texto aprovado na CCJ, que é de autoria do senador Paulo Paim, do PT/RS, é um perigo para quem quer permanecer no anonimato perante seus eleitores, pois ele permite que todos saibam como os parlamentares votaram nas seguintes hipóteses: impeachment de presidentes da República, indicações de autoridades e de chefes de missões diplomáticas; exoneração do procurador-geral da República antes do fim do mandato; apreciação de vetos presidenciais a projetos aprovados pelo Congresso.

A proposta, sendo aprovada, ainda tem de seguir para a Câmara dos Deputados. Por lá os deputados já aprovaram um projeto mais enxuto, que prevê abertura do voto apenas em casos de cassação de mandato.

Então o “maquiavélico” Renan Calheiros, já admite que haja dificuldades para um acordo, mas garantiu que a proposta será mantida e votada. Então explica: "Essa matéria tem alguma dificuldade, porque a oposição entende, por exemplo, que não deve abrir o voto que aprecia veto. É preciso tirar algumas modalidades de voto secreto, sobretudo essa que aprecia o veto, que é um voto secreto e usado para proteger a oposição".

A oposição fala que o que Renan não quer falar é que a preocupação da oposição está nos vetos presidenciais. Esses sim são arriscados, e então esses deveriam continuar sendo apreciados em votação secreta como forma de preservar a vontade parlamentar.

Preservar o voto secreto na derrubada de veto presidencial é preservar o Parlamento das pressões do poder Executivo, porque, com o voto aberto, com a grande maioria que o governo tem, serão muito difíceis de serem derrubados os vetos. Mas nos outros casos, a oposição quer os votos abertos.

Só que para a Dilma,  essa confusão já é um ponto a seu favor, porque assim ela pode dizer que é a oposição que está criando problemas e quem sabe, possa levantar sua aceitação que está abaixo de qualquer possibilidade de eleição.