quarta-feira, 24 de julho de 2013

Deste legado o político não quer nem saber

Este é o “CARA”!

Quando vejo que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, vai de seu apartamento, no Leblon, até ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, dois bairros bem próximos na zona sul da cidade do Rio, de helicóptero por causa do trânsito que seria percorrido por 12 quilômetros; quando vejo que Renan Calheiros usa avião da FAB para ir à festinha de casamento da filha de um companheiro do Senado; quando vejo que o Presidente da Câmara usa avião da FAB para levar amigos de Natal, no Rio Grande do Norte, ao Maracanã, no Rio de Janeiro; quando vejo o ministro da Previdência, aquele ministro que diz que o aposentado é o grande peso para a receita do País, requisitar uma aeronave na FAB para fazer o mesmo trajeto, saindo de Natal e ir para o Rio assistir o mesmo jogo no Maracanã e voltando para Natal, sinto vergonha de ser brasileiro.

Quando vejo que o governo brasileiro, em todas as suas esferas, gasta um dinheirão para comprar carros blindados para seus governantes, mais uma vez sinto vergonha de ser brasileiro. E não nego que até pouco tempo atrás nunca pensei que este dia, de sentir vergonha de ser brasileiro, iria chegar.

E ainda vejo mais coisas que me deixam envergonhado e preocupado, quando lá atrás, em 2007, falaram que os Jogos Panamericanos deixariam grandes legados para o Rio de Janeiro e muitos crédulos acreditaram e ao final, o que restou foi o legado de dívidas e mais dívidas. Para Copa das Confederações que acabou de acontecer, mais a Copa do Mundo de 2014 e ainda as Olimpíadas de 2016, muitas obras faraônicas foram previstas e a desculpa é e será sempre a mesma: “Deixarão um grande legado”.


Claro que os políticos sabem que estes legados vão sempre parar em suas contas bancárias com tanto dinheiro que é desviado das obras, mas hoje cheguei à conclusão que esses mesmos políticos deveriam olhar para o que de legado poderá advir da vinda do Papa Francisco. Logo à sua chegada, no aeroporto da Base Aérea do Galeão, ele dava o seu primeiro exemplo ao chegar a bordo de um avião Airbus A330, de carreira da "voadora" italiana, Alitalia.

Depois, alguns helicópteros estavam ali, prontos para levar o Francisco e todos os políticos que ali compareceram na certeza de aparecer, mas entre um voo de 3 minutos até o centro da cidade, Francisco optou por embarcar em um carro popular e ali, de vidro aberto, seguiu ele pela Linha Vermelha, sempre acenando e sorrindo para as pessoas que estavam à beira da pista, e depois pela Avenida Presidente Vargas, andando naquele "para e anda" do trânsito nervoso do final de tarde. E ele continuava feliz, acenando e sorrindo para as pessoas e seguia tranquilo pela pista do canto da Presidente Vargas, com aquele pequeno carro sendo espremido entre os ônibus e as pessoas que o saldavam.


E ele ali, mostrando que estava passando por tudo aquilo como se fosse qualquer pessoa voltando para casa depois de um dia de trabalho e feliz por mais um dia vencido.

Pois bem, é aí que acho que os políticos brasileiros deveriam pegar este “legado” para eles. Passem também a circular pelas ruas da cidade sem medo, passem a “encarar” as agruras que é o cotidiano do povo brasileiro, mas este “legado” eles não querem “nem que a vaca tussa”. 

E é por isso que eles são políticos, para não sentirem na carne o que o povo sente no seu dia a dia.

Mas também, sabem quando eles irão ser “O CARA”? Nunca!

O “CARA” pode ser Jorge, o “CARA” pode ser o Mário, o “CARA” pode ser o Jorge Mário Bergoglio, ou até mesmo o “CARA” pode ser o FRANCISCO.

Mas a verdade é uma só. Este sim, este é o “CARA”!

2 comentários:

Claudia Padrão disse...

Viu Obama? Este sim, este é o CARA.
Laranjeiras - Rio

Fernando Luiz Carvalho disse...

'Este é o Cara'. Falou e disse. Um papa assim só poderia começar a sua vida de visitas pelos países católicos, por aqui, O papa Francisco precisava mostrar aos 'políticos' que ser popular não é ser safado. Ser popular é ser humano, é ser decente e cidadão.
Botafogo - Rio