quarta-feira, 24 de julho de 2013

Milagre da multiplicação


Só reclamando com o Francisco


Gerson Tavares










Quando um cidadão escuta falar que a decisão só depende da Justiça, ele fica mais tranquilo, porque o “capa-preta” é a “dignidade em pessoa”. Isso é o que se pensava até que apareceram os espertos que se escudam em uma toga para fazer suas falcatruas.

Depois que os políticos ficaram na mira do povo, também os magistrados já estão na linha de tiro, só que contra eles tem alguém com o olho na massa de mira e o dedo no gatilho. E este alguém é a própria Justiça que até já decretou o bloqueio de todos os bens do juiz Élcio Fiori Henriques, do Tribunal de Impostos e Taxas (TIT) da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.

Agente fiscal de rendas de carreira do Fisco paulista desde 2006, Fiori amealhou patrimônio de R$ 30,75 milhões em imóveis de alto padrão em apenas dois anos e meio, sendo que sua remuneração bruta é de R$ 19.490, sobrando para ele receber R$ 13.020 liquido.

E o “safardana” é suspeito de lavagem de capitais e crime contra a administração pública, já que como juiz de impostos, dizem os investigadores, ele teria negociado redução de valores de autuações impostas a pessoas jurídicas.

Mas agora duas decisões judiciais congelam sua fortuna, uma da Justiça criminal, outra da 9.ª Vara da Fazenda Pública, que viram risco de ocultação e dilapidação de ativos de Fiori. Foi ordenado o sequestro de 19 imóveis que o juiz incorporou ao seu patrimônio e ao de sua empresa, a JSK Serviços, Investimentos e Participações Ltda., entre 4 de março de 2010 e 5 de outubro de 2012. Parte dos imóveis foi adquirida com dinheiro em espécie, relatam testemunhas.

Entre 15 de março de 2010 e 9 de agosto de 2011, o magistrado da Fazenda e a JSK compraram, e posteriormente revenderam, 22 imóveis de luxo. Nessas transações ele desembolsou R$ 1,84 milhão e, pela venda, recebeu R$ 5,66 milhões, lucro de 208%, ou R$ 3,82 milhões. "Mesmo num mercado imobiliário superaquecido, os lucros obtidos são desproporcionais e fora dos padrões observados no mercado", diz o Ministério Público.

O milagre da multiplicação chegou assim aos togados juízes.


Pobre Brasil. 

Um comentário:

Lauro Valente disse...

Este Francisco precisava se encontrar com o avô de Jesus, o Joaquim. Que sabe se essa dupla não pode dar um jeito nessa política de ladrões que está comandando o país?
Mas o brasileiro é forte, dizem, mas será que o brasileiro, sozinho, vai conseguir vencer tantos ladrões juntos?
Vai, Francisco. Dá uma força.