Dilma faz de seu ministério, moeda de troca

Gerson Tavares

Sem o menor escrúpulo, a presidente Dilma Rousseff manda para casa um ministro que estava de férias, para dar o lugar a um senador de outro partido, mas que, pela sua "profissão", tem peso eleitoral em São Paulo.

Marcelo Crivella é o novo ministro da Pesca, ocupando o lugar do petista Luiz Sérgio, que foi defenestrado sem o menor respeito. Tudo bem que ele não era dono do cargo, mas pelo menos mereceria a delicadeza de ser avisado. Mas não, de férias, tomou um susto ao saber que sua mesa já tinha um novo ocupante.

E por que Marcelo Crivella? E como o PT não chiou? Muito fácil de explicar, já que com a entrada de José Serra na luta pela prefeitura, o PT sabe que vai precisar de todo mundo contra o candidato tucano.

Crivella no ministério, Dilma sabe que ele vai tirar o Russomano da disputa, sim porque Celso Russomano é do PRB e até ontem era candidato a prefeito na cidade de São Paulo. Ainda tem aí outra cartada dos petistas, porque o mentor do Marcelo Crivella é o Edir Macedo, o dono da Igreja Universal do Reino de Deus e assim, os evangélicos vão entrar na campanha do Fernando Haddad sem pensar duas vezes. Pelo menos é o que esperam os petistas.

Fazendo com que seu ministério seja uma forte moeda de troca, a Dilma vai também tentando mudar a imagem do seu governo que tem um Gilberto Carvalho, que sem o menor pudor, fala em nome daquele mesmo governo, que ele é a favor do aborto. E ainda é este mesmo governo que nomeia uma Eleonora Menicucci para a Secretaria da Mulher e que também sempre que pode levanta a bandeira do aborto. Então Dilma está matando dois coelhos com uma só cajadada. Ganha a “família evangélica” e tira o Celso Russomano do caminho do Haddad, fato que reforça seu candidato e que só assim poderá dar combate ao candidato tucano José Serra.    

E assim a Dilma Rousseff vai usando todas as armas que tem para tomar o país de assalto, aliás, assalto é coisa que ela tem conhecimento profundo.