A
Justiça não quer o Curió na gaiola
Gerson
Tavares
O Ministério Público
Federal teve rejeitado pela Justiça Federal do Pará na sexta-feira passada, a denúncia
apresentada contra o coronel da reserva Sebastião Rodrigues de Moura, o “major
Curió”.
Curió comandou a
operação de combate à guerrilha do Araguaia, nos anos 70. A denúncia que foi
apresentada na quarta-feira o acusava de sequestro qualificado de cinco
militantes da guerrilha e que até hoje são considerados desaparecidos.
O Ministério Público
Federal no Pará vai recorrer da decisão e se a apelação for aceita, tudo deverá
ser remetido ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, que pode
determinar a abertura de ação penal, dando início ao processo.
Os procuradores, Tiago
Modesto Rabelo, André Casagrande Raupp, Ubiratan Cazetta, Felício Pontes
Júnior, Ivan Cláudio Marx, Andrey Borges de Mendonça e Sérgio Gardenghi Suiama, que assinaram a peça e juntos, integram o grupo de trabalho “Justiça de
Transição”, que investiga crimes cometidos durante a ditadura militar.
Mas o juiz federal João
César Otoni de Matos, de Marabá, em seu despacho na sexta-feira, usou o
argumento do perdão concedido a crimes cometidos por militares e militantes
pela a Lei da Anistia, de 1979.
E ele explana em seu
despacho: "Pretender, depois de mais de três décadas, esquivar-se da Lei da
Anistia para reabrir a discussão sobre crimes praticados no período da ditadura
militar é equívoco que, além de desprovido de suporte legal, desconsidera as
circunstâncias históricas que, num grande esforço de reconciliação nacional,
levaram à sua edição".
Adelino Tucunduva, que
defende Curió, enaltece a atitude do Juiz e diz que tanto ele como o Curió
receberam a decisão, confortados porque isso prova que no país existe uma
Justiça honrada. E ele usa de certa ironia quando diz: "Podemos ter alguns
procuradores afoitos, mas o importante é que temos juízes com o pé no
chão"
Resta agora o MPF
recorrer e levar ao STF o caso, mas mesmo assim Adelino demonstra ter
"tranquilidade". É o caso da
investigação unilateral, porque na verdade, se o Curió tem que ser julgado porque sequestrou, também os
companheiros da Dilma sequestraram.
Não podemos continuar
com dois pesos e duas medidas.
2 comentários:
Para prender o Curió vão ter que prender muita gente. E como ninguém que fazer companhia ao Curió na gaiola, é melhor esquecer esse negócio de crime e deixar tudo como está.
São Bernardo
Se a Dilma leu isso que você escreveu, ela deve estar se pelando. Vai dar cana!
Salvador
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