quinta-feira, 15 de março de 2012


Confiar em quem?

Gerson Tavares
 


“Safardana” não é invenção de brasileiro, até porque os primeiros que aqui apareceram, vieram do além-mar. Os índios aqui estavam tranquilos com suas índias, com muita preguiça e vontade de não fazer nada. Foi aí que chegaram os europeus com mil ideias na cabeça e transformaram aquele lindo e pacato pedaço de terra nesse País cheio de “mumunhas”.

Agora, ainda com os índios como referência, empresas estrangeiras querem comprar de tribos indígenas os direitos sobre a biodiversidade de terras na Amazônia.

Lógico que não é para o bem do povo indígena, também não é para dar dinheiro ao índio e sim, com o objetivo de usar a preservação da floresta para explorar potenciais benefícios no mercado internacional, negociando créditos de carbono ao compensar a emissão de gases de efeito estufa. Uma “conversa para boi dormir”.

A AGU (Advocacia-Geral da União), que é responsável por defender judicialmente a União, está investigando pelo menos 35 contratos elaborados por grupos internacionais que foram oferecidos a várias etnias.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) já tentou fazer o seu papel, notificando empresas no último ano porque os contratos são ilegais, mas os empresários não estão nem aí para as notificações.  

O presidente da Funai, Márcio Meira disse que esses contratos não têm qualquer validade jurídica, mas que a entidade tem que proteger, não só o patrimônio, mas também os nossos índios.

O mercado de carbono florestal gera controvérsia no mundo e no Brasil não tem regulamentação. Há um receio de que empresas que fazem contratos entre índios e compradores dos créditos usem a atividade para biopirataria. E como “pirataria” hoje é o nosso forte, os gringos estão chegando com muita sede ao pote.

Na terça-feira o jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou que alguns índios do Pará já venderam por US$ 120 milhões os direitos sobre uma área no Estado. O contrato foi firmado com a irlandesa Celestial Green Ventures. Durante 30 anos, os índios se comprometeram a não plantar ou extrair madeira das terras.

Mas como, assim como Elvis, o “cacique Juruna não morreu”, a Celestial pode ter comprado gato por lebre e pode ficar sem a grana e sem a terra.

Depois do Juruna, nem em índio dá para confiar. 

2 comentários:

Flauzino Fortes disse...

O índio aprendeu tudo que não presta com o homem branco. Juruna aprendeu com Brizola como ser golpista dentro da política e hoje todo índio que ser um pouquinho de Juruna.
Se os grigos vêm para cá negociar com eles é porque sabe que dá jogo.
E como índio não é chegado ao trabalho, esse dinheiro fácil é sempre bem vindo.
Tocantins

Francisco de Assis disse...

Quando não é o governo querendo acabar com os rios fazendo hidroelétrica, é o grinco querendo comprar nossa floresta.
estamos mal assim e o pior é que os índios entram nessa numa boa.
Porto Velho