Confiar
em quem?
Gerson
Tavares
“Safardana” não é
invenção de brasileiro, até porque os primeiros que aqui apareceram, vieram do
além-mar. Os índios aqui estavam tranquilos com suas índias, com muita
preguiça e vontade de não fazer nada. Foi aí que chegaram os europeus com mil ideias na cabeça e transformaram
aquele lindo e pacato pedaço de terra nesse País cheio de “mumunhas”.
Agora, ainda com os
índios como referência, empresas estrangeiras querem comprar de tribos
indígenas os direitos sobre a biodiversidade de terras na Amazônia.
Lógico que não é para o
bem do povo indígena, também não é para dar dinheiro ao índio e sim, com o objetivo de
usar a preservação da floresta para explorar potenciais benefícios no mercado
internacional, negociando créditos de carbono ao compensar a emissão de gases
de efeito estufa. Uma “conversa para boi dormir”.
A AGU (Advocacia-Geral
da União), que é responsável por defender judicialmente a União, está investigando
pelo menos 35 contratos elaborados por grupos internacionais que foram
oferecidos a várias etnias.
A Funai (Fundação
Nacional do Índio) já tentou fazer o seu papel, notificando empresas no último
ano porque os contratos são ilegais, mas os empresários não estão nem aí para
as notificações.
O presidente da Funai,
Márcio Meira disse que esses contratos não têm qualquer validade jurídica, mas
que a entidade tem que proteger, não só o patrimônio, mas também os nossos
índios.
O mercado de carbono
florestal gera controvérsia no mundo e no Brasil não tem regulamentação. Há um
receio de que empresas que fazem contratos entre índios e compradores dos
créditos usem a atividade para biopirataria. E como “pirataria” hoje é o nosso
forte, os gringos estão chegando com muita sede ao pote.
Na terça-feira o jornal
"O Estado de S. Paulo" mostrou que alguns índios do Pará já venderam
por US$ 120 milhões os direitos sobre uma área no Estado. O contrato foi
firmado com a irlandesa Celestial Green Ventures. Durante 30 anos, os índios se
comprometeram a não plantar ou extrair madeira das terras.
Mas como, assim como
Elvis, o “cacique Juruna não morreu”, a Celestial pode ter comprado gato por
lebre e pode ficar sem a grana e sem a terra.
Depois do Juruna, nem em índio
dá para confiar.
2 comentários:
O índio aprendeu tudo que não presta com o homem branco. Juruna aprendeu com Brizola como ser golpista dentro da política e hoje todo índio que ser um pouquinho de Juruna.
Se os grigos vêm para cá negociar com eles é porque sabe que dá jogo.
E como índio não é chegado ao trabalho, esse dinheiro fácil é sempre bem vindo.
Tocantins
Quando não é o governo querendo acabar com os rios fazendo hidroelétrica, é o grinco querendo comprar nossa floresta.
estamos mal assim e o pior é que os índios entram nessa numa boa.
Porto Velho
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