segunda-feira, 30 de maio de 2011

Negociando com o capeta



Gerson Tavares


Todo mundo sabe que tanto o ex-presidente Lula como a hoje presidente, Dilma Rousseff, estão se borrando de medo que o Antonio Palocci, ao ser arguido, fale sobre tudo que andou fazendo com a sua empresa, a Projeto Consultoria Econômica e Financeira, neste período de governo petista. Foi uma grana de respeito que Palocci ganhou principalmente no finalzinho do governo Lula e início de governo Dilma, para dar “assessoria” para empresas que têm negócios com o governo federal.

Dilma não conseguiu segurar e o Lula, que não é bobo nem nada, tratou de mudar de mala e cuia para Brasília e assumir o governo como se nem tivessem acontecido as eleições no final de 2010. Deu mesmo a impressão que estava voltando de uma “licença prêmio”, como se fosse um simples funcionário público.

Mas como muitas outras coisas estavam acontecendo lá pelo Planalto, com um débil ministro da Educação fazendo mil loucuras, mandando para as escolas um livro de português com as “discordâncias” mais que absurdas, mas que para Fernando Haddad é um avanço na educação do país do “fala errado”. E ainda o tem aquela estória do “Kit anti-homofobia”, que nada mais é, que um apanhado de vídeos e livretes com material sobre costumes e que é visto por muitos como incentivo a homossexualidade, já tem a mesma “didática” daquelas revistinhas e vídeos pornográficos que a garota adora. Pois essas revistinhas e os vídeos de “sacanagem” já estariam prontos para serem distribuídos para seis mil escolas públicas de Ensino Médio espalhadas pelo país. Mas como tudo que o Fernando Haddad faz, sempre tem um “rabo”, depois ficamos sabendo que além do Ensino Médio, também alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental estariam recebendo as “publicações pornográficas”.

E foi aí, no fato da “sacanagem”, que a coisa pegou. Os evangélicos têm na Câmara uma boa representação, que pode até não ser de qualidade, mas em quantidade é de grande expressão. Pois bem, foi exatamente esta a hora da “troca de favores” e quando o capeta se faz presente, nem reza brava resolve.

Os petistas que sabem fazer qualquer negociata entenderam que dessa vez a coisa tinha desandado para o lado do governo e o Congresso iria apertar o Palocci e desta vez ele poderia não aceitar ir para a frigideira, sozinho. Os evangélicos que sabem como faturar os “dízimos”, viram que ali estava à oportunidade de "acertar os ponteiros" e então fizeram a proposta. Eles não votariam pela convocação de Antonio Palocci e o governo vetava a entrega do “kit sacanagem”.
E foi assim que Palocci não precisou entregar nem o Lula, nem a Dilma e nem os outros menos votados porque naquele momento, os evangélicos negociavam com o capeta a santidade dos irmãos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Os pastores, para salvarem o irmão Palocci, trataram de salvar o rebanho primeiro.

Lucinda Maria Gomes
São Paulo

Anônimo disse...

Quando os pastores negociaram a não convocar Palocci contra a não aprovação da 'lei sacanagem', eles só estavam fazendo o que seus eleitores queriam.

Roubar até pode, mas sacanagem é pecado.

Jane Kiss
Campinas