quinta-feira, 18 de junho de 2009

Brasil sem rumo

Gerson Tavares

Em 2007 o Brasil foi sede dos Jogos Pan-americanos e depois que tudo acabou, com medalhas de ouro, prata e bronze para muita gente boa no esporte e fora do esporte uma agressão aos direitos de refugio político a dois lutadores cubanos, que foram caçados por policiais cubanos e depois repatriados para a covarde ditadura dos “irmãos” Castro, ficamos com vários problemas nas prestações de contas da turma que comandou o evento. Até a Vila do Pan, ainda está com problemas e a justiça encontrando dificuldades para acertar a “grana” daqueles que sonhavam em morar na Barra.

Agora estão falando em Copa do Mundo e Olimpíadas. É preocupante, pois com essa turma de “goela grande” que está ai, haja dinheiro. Mas como o entusiasmo do povo não deixa que ele veja um palmo diante do nariz, é bom lembrar algumas coisas que estão acontecendo, mesmo antes de aparecer algum centavo para montar os esquemas de 2014 e 2016.

O Ministério do Esporte é sempre citado como exemplo de “problemas” em termos de fiscalização de dinheiro. O TCU, segundo analise técnica, diz que esse ministério é um exemplo de falta de responsabilidade quando se trata em distribuição de recursos, por meio de convênios. A falta de estrutura é total e ninguém sabe se por deficiência de pessoal, de conhecimento ou de propósito. Afinal, quando a coisa não é bem comandada os “roubos” são mais fáceis de acontecer.

Mas isso não é um privilegio do Ministério do Esporte. Num relatório do TCU, que analisou 255 órgãos federais, mostrou que 59% não fazem planejamento estratégico. Pelo visto a estratégia está em gastar na certeza de não ser fiscalizado.

Voltando ao Ministério do Esporte, esta é a pasta considerada mais enxuta em termos de gastos com pessoal. São 17 milhões de reais ao ano, mas em 2008, ela gastou três vezes mais com contratação de pessoal terceirizado. Foram 51 milhões de reais que entraram pelo ralo da pasta do Orlando Silva.

Como pela lei, funcionários não servidores não podem gerir recursos públicos, mas com um sem número de pessoal terceirizado, é impossível que o fluxo de dinheiro não acabe nas mãos dos terceirizados, em alguma instância decisória ou de fiscalização.

E assim sendo, sem fiscalização fica bem mais fácil encobrir escândalos e facilita inclusive, o desvio da “grana”.

E ainda tem gente que acha ótimo o Brasil sediar Copa e Olimpíada. Gente, “Para o mundo que eu quero descer”.

Nenhum comentário: