Contas públicas são arrombadas
Gerson Tavares
Principalmente na época
em que os aposentados começam a “contar com o ovo no feofó” da galinha,
acontece alguma coisa para o governo não dar nem mesmo esperança de um aumento
digno para os pobres aposentados. E desta vez o setor público já ampliou o
déficit primário de agosto de R$ 432 milhões para R$ 9 bilhões. Foi assim que o
setor público consolidado passou a ser o grande vilão da vez e apresentou
déficit primário de R$ 9,048 bilhões em setembro, segundo informações do Banco
Central.
Foi este o pior resultado
para o mês da série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001. Em agosto, o
resultado já havia sido negativo em R$ 432 milhões. Em setembro do ano passado,
houve superávit de R$ 1,594 bilhão. Este resultado foi abatido pelo mau
desempenho das contas com a Previdência e foi muito pior que o esperado por
analistas.
Dizem eles que o
pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas, sempre eles, pesou
nesta conta e, como avançou sobre setembro, continuou refletindo negativamente,
elevando o rombo da Previdência e o déficit fiscal no mês.
Claro que a culpa é
sempre dos aposentados, que ficam dificultando dos governantes que assim, com
essa ganância dos “velhinhos”, muitas vezes ficam sem poder mais e acabam
ficando com migalhas.
A meta cheia de
superávit primário para este ano era de R$ 155,9 bilhões, cerca de 3,1% do PIB,
mas foi reduzida diante da economia fraca e da elevada renúncia tributária
decorrente das desonerações. O chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio
Maciel, salientou que o superávit primário acumulado no ano, de R$ 44,965
bilhões, é o menor registrado pela instituição desde 2009 para o período,
quando somou R$ 38,6 bilhões de janeiro a setembro. Em 12 meses, o superávit
primário acumula um saldo de R$ 74,1 bilhões ou o equivalente a 1,58% do
Produto Interno Bruto (PIB). Esta variação, de acordo com Maciel, é a menor
desde novembro de 2009, quando ficou em 1,33% do PIB.
Assim sendo, será que
não seria hora de “matar” os aposentados? Esta medida seria fácil, já que a
cada aposentadoria o governo poderia dar um brinde ao “velhinho”, que seria um
bom choque ao anunciar que ele já estaria devendo todo o déficit das contas
públicas.
Com a sua morte, quem
sabe se não zerávamos esse déficit?
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