Ação da ABIN foi diferente da
espionagem americana
Gerson Tavares
Conheço uma piada que
explica tudo que a Dilma quis falar para mostrar que Obama errou, mas ela nunca
erra. Esta piada é antiga, mas vale repetir: “desfile militar de 7 de setembro
e entre aqueles que vão para as ruas assistir a passagem das tropas, lá estavam
pai e mãe de um dos soldados que garbosamente marchavam. A mãe daquele soldado
virou para o marido e falou – Olha só, amor, o nosso menino é o único de passo
certo... Então o marido, vendo que realmente o seu filho era quem marcava a
batida do surdo com pé contrário, perguntou à mulher – Amor... será que ele não
é o único de passo errado?".
E é por ai que vejo a
presidente Dilma Rousseff ao falar que “é muito diferente você violar soberania
e violar direitos humanos”. Falo porque a presidente da República, Dilma
Rousseff, negou que a espionagem feita pelos Estados Unidos pudesse ser
comparada com a feita pela Agência Nacional de Inteligência (Abin) em 2003 e
2004. "Uma coisa muito diferente é você violar soberania e violar direitos
humanos. E não há como comparar com o que a Abin fez em 2003 e 2004. Foi
totalmente diferente". Diferente ou não, houve violação de direitos, mas
como foi ordem do PT, ela quer esquecer que existiu.
Para Dilma, a
espionagem americana "violou não só meios privados, mas também violou
ligações telefônicas, violou a privacidade, e não só de chefes de estado, mas
também de indivíduos e empresas, e dentro de um processo que não tem muita
justificativa de luta contra o terrorismo". No caso americano, segundo
Dilma, trata-se de um aparato de violação tanto da privacidade quanto dos
direitos humanos e da soberania do País.
E a Dilma confirmou que
o cancelamento de uma viagem que faria aos EUA foi por causa das espionagens e,
questionada, se isso não configurava uma ruptura nas relações entre os dos
países, Dilma disse que não. "Eu ia viajar, mas a discussão que derivou
desse problema nos levou a tentar fazer com que eles nos pedissem desculpas ou
prometessem que isso não mais se repetiria". “Tadinha” da Dilma, ela é tão
frágil.
De acordo com ela,
naquele momento ninguém sabia onde estava o delator do esquema de espionagem
Edward Snowden e nem o que ele ainda tinha para revelar.
“No momento que eu
pisasse nos EUA, eu e o presidente Obama estaríamos sujeitos a novas denúncias.
Não houve ruptura das relações entre Brasil e Estados Unidos". De acordo
com Dilma, ficou claro para ela que Obama ficou constrangido com a situação e
ela ficou toda prosa por aparecer como “santinha”.
"Não é uma questão
minha ou dele. É uma questão política. Mas na minha condição de presidente eu
não poderia permitir que os cidadãos, aos quais eu devo satisfação, tivessem os
seus direitos violados".
Mas no fundo, acho que
o brasileiro deveria se tocar que os seus direitos já foram violados desde que
o partido dos piratas assumiu o governo.
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