Uma viagem ao desconhecido
Gerson Tavares
Viajar de ônibus é o mesmo que fazer uma “roleta russa”. Assim como girar o tambor do revólver com uma única
bala e depois puxar o gatilho apontando para a própria cabeça, também embarcar
em um ônibus, você coloca sua vida em jogo.
Foi vendo os acidentes
acontecerem no trânsito e sempre com o envolvimento de coletivos, que resolvi
conversar com motoristas de ônibus para saber se nos dias de hoje eles são menos
preparados ou se existem alguns fatores extraordinários que os levem a estar entre os
problemas que mais matam nas cidades.
Já fiz, em 2009, uma
viagem em um ônibus da empresa Evanil em uma tarde de sábado de verão que fazia a linha da Central
do Brasil para Nova Iguaçu, na região do Grande Rio, região formada pela
Capital do Rio de Janeiro, os municípios da Baixada Fluminense e ainda
Niterói, São Gonçalo e Magé. Foi uma estória que dei o nome de “Fiz uma viagem
num ônibus fantasma”.
E agora, quatro anos
depois, resolvi fazer um pequeno trajeto em um ônibus da Viação Nossa Senhora
da Glória, que faz as linhas que ligam o centro de Nova Iguaçu aos bairros da
região da Serra do Mendanha, uma região que ainda preserva o verde da serra,
serra esta, que tem como atrativo para passeios, além de uma rampa que, já
serviu para saltos de asa delta, antes de ser interditada pela a Aeronáutica para evitar acidentes, pois alguns pilotos das asas delta estavam tentando acompanhar os jatos que faziam aproximação da cabeceira da pista do Galeão.
Mas o interessante também é que ali, existe um vulcão, sim, um "vulcão extinto". E para sorte dos brasileiros, aquele "monte" não está ativo, tornando-se então um bom ponto de visitação. Quanto ao fato de ser inativo o vulcão, acredito que Deus sabia que no futuro os “ativos políticos” e outros "ativos bandidos pés de chinelo” viriam para bagunçar o "pessoal do bem" que só quer viver tranquilo e feliz.
Mas o interessante também é que ali, existe um vulcão, sim, um "vulcão extinto". E para sorte dos brasileiros, aquele "monte" não está ativo, tornando-se então um bom ponto de visitação. Quanto ao fato de ser inativo o vulcão, acredito que Deus sabia que no futuro os “ativos políticos” e outros "ativos bandidos pés de chinelo” viriam para bagunçar o "pessoal do bem" que só quer viver tranquilo e feliz.
Mas voltando ao assunto
principal da estória de hoje, como já se tornou norma, os ônibus daquela empresa e outras tantas que rodam pelo Brasil,
também em sua grande maioria não têm cobradores e assim o motorista, que até já
apelidei de “trocarista”, tem que transitar em uma estrada muito movimentada e perigosa, já que ela é cheia de curvas, ainda tendo a obrigação de cobrar as passagens dos passageiros que lotam os ônibus
que têm tempo contado para chegar ao ponto final.
E uma das grandes
piadas que ouvi outro dia, é o fato de nunca ter sido votada uma lei
autorizando aos empresários de ônibus tirarem os trocadores, mas agora, para a
volta daquele profissional, está na Câmara Federal um deputado, entrando com
projeto de lei para obrigar as empresas de ônibus, a contratarem aqueles
profissionais que tanto está fazendo falta aos passageiros e aos atuais "motocador". Mas se não houve lei para acabar com o cargo, por que lei para o
seu retorno?
E outra coisa que causa espanto, é que as empresas têm sempre alguns poucos ônibus com trocador. Procurei saber a causa deste fato e então descobri que este fato é exatamente para que na hora de pedir aumento das passagens seja colocado na planilha o item do salário dos trocadores. Coisa de ladrão, mas “alguém” do governo leva “algum por fora” e então, isso entra no bolo e “ninguém” nota.
E outra coisa que causa espanto, é que as empresas têm sempre alguns poucos ônibus com trocador. Procurei saber a causa deste fato e então descobri que este fato é exatamente para que na hora de pedir aumento das passagens seja colocado na planilha o item do salário dos trocadores. Coisa de ladrão, mas “alguém” do governo leva “algum por fora” e então, isso entra no bolo e “ninguém” nota.
Mas como tudo é muito
bem tramado, quando por algum motivo um motorista é demitido pela empresa,
quando ele, diante do juiz do Ministério do Trabalho fala da dupla função que
exerceu, o juiz diz que ele aceitou aquela dupla função e que não pode agora,
depois de demitido, reclamar direitos que "ele deixou virar dever". Só que ele, o
juiz, sabe que o motorista é colocado no paredão. “Ou cobra, ou vai embora”.
Mas como os três poderes estão podres, também na Justiça quem manda é o
empresário.
E esta é a grande
verdade. Os motoristas não são obrigados pelas empresas a cobrarem as
passagens, mas aquele que disser que não quer cobrar é demitido e tudo bem. E
aí vem um juiz, normalmente “comprado”, e diz que ele aceitou a dupla função.
Mas será que este juiz não sabe que essas duas funções não podem ser somadas? Além de imoral, esta atitude do juiz é criminosa, porque ele está colaborando para que milhares de pessoas tem sua vida em risco todos os dias pelas ruas do País.
E olhando as notícias dos acidentes que acontecem nos dias de hoje, dá para notar que sempre tem um ônibus sem trocador em cada nove de dez acidentes Eu, se por acaso um dia, estiver num ônibus e aconteça um acidente porque
o motorista estiava fazendo aquela dupla função, darei queixa por tentativa de
“assassinato doloso” contra o dono da empresa. Sim, porque o “safardana” tinha
certeza que um acidente iria ser causado e assim, ouve dolo sim senhor. Por
tanto, lembrem-se desta informação e se acontecer com vocês, é só ir à
delegacia e dar queixa.
E foi nesta conversa com um motorista, que esqueci da hora e o papo continuou e fui descobrindo os segredos da covardia dos
poderosos empresários que oprimem seus “escravizados” motoristas. Um fato que
chamou a minha atenção é em relação ao troco que os “trocoristas”, que é
obrigado, por lei, a ter para atender os passageiros, as empresas não fornecem.
E se o “motocador” pede na saída da garagem para a tesouraria, ele recebe como
resposta: “o troco é problema seu”.
Algo de errado, já que o motorista já está
fazendo papel de trocador, ainda tem obrigação de correr atrás de dinheiro trocado para
atender o que a lei manda. Será que as empresas não deveriam ser obrigadas a
fornecer esse dinheiro trocado? E isso não seria assim, tão “trágico”, pois
quando o motorista saísse da garagem receberia, vamos dizer R$ 10 mil, e ao
retornar para prestar conta, além do faturamento do dia ele devolveria os R410
mil. Bem mais fácil que andar para frente.
Ainda existem outros
tantos problemas que os empresários jogam sobre os ombros desses profissionais
do volante, mas hoje estou parando por aqui.
E não tenham dúvidas, eu volto ao assunto a qualquer hora.
E não tenham dúvidas, eu volto ao assunto a qualquer hora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário