Quem nasceu primeiro:
“o ovo ou a galinha”?
Gerson Tavares
Muita
gente faz esta pergunta que peguei para título, que é muito antiga, aliás, mais
antiga que andar para frente, mas que encaixa como uma luva no assunto de hoje.
E
para chegar onde quero chegar, vou começar tentando entender quem copiou quem.
Sempre que alguém vê um político safado, aliás, fato muito em voga nos dias de
hoje, dizem logo: “foi só entrar para a política para virar pilantra”. Mas será
que ele virou “pilantra” depois que entrou para a política ou entrou para a
política porque era “pilantra?”.
Sim,
porque pilantragem não é dom de político e sim, o pilantra entra para a
política pelas facilidades que aparecem para fazer as “sacanagens”. Então fico
sempre olhando em volta, por onde passo ou estou, para descobrir como são as
pessoas com tendências à política.
Quando estou onde existe uma reunião de pessoas, estou sempre de antena ligada
para não perder nada. Assim fazendo escuto coisa interessantes e também aquelas
coisas que me levam a puxar assunto só para chegar à mais um promissor político.
Como
exemplo dessas coisas, assisti na semana passada um fato que me chamou muito a
atenção, numa fila de ônibus, lá estavam algumas senhoras e também senhores
idosos, uma moça com uma criança de colo e a fila continua crescendo, até que
uma senhora, não tão idosa, veio andando e entrou na frente da fila, do último para o primeiro lugar, tudo isso sem uma palavra. Foi então que um dos
senhores falou sobre o abuso e então aquela senhora disse que ela tinha direito
a ser a primeira por ter passe especial. Só que ela falou em “direito”, mas nem
de longe falou em “deveres”. Sim, porque se ela tem direitos que estão previsto
na lei, ela tem que cumprir com seu de ver de respeitar aos outros que também
estão ali, porque tem os mesmos direitos. Porque ali estavam várias pessoas com
passes, também “especial”, mas ela disse que é doente, mas tão doente que nem
pode andar sozinha. E aquele senhor perguntou: “e onde está seu
acompanhante?”. Ela sem ficar vermelha falou: “Eu não preciso de ninguém”. E assim,
o assunto acabou sem que ela demonstrasse o dever de pedir para ficar ali, na
frente da fila. Mas, claro, todos da fila ficaram comentando a “cara de pau” daquela
“especial”. Então o ônibus chegou e ela foi a primeira a embarcar e ainda ficou
com aquele riso de deboche para com os outros “nada especiais”.
Mas
esta “especial” não é única e como vivo sempre ligado em tudo que acontece em
meu redor, já vi outro caso, onde um rapaz entrou no ônibus, não mostrou nenhum
documento ao “motocador” ou “trocorista”, esta função que é a mistura de
motorista e trocador que os empresários de ônibus inventaram e os governantes
deixaram funcionar, claro, em troca de “um qualquer” em suas contas bancárias. Mas
voltando ao caso, aquele profissional pediu que o rapaz pagasse a passagem ou
apresentasse um documento que desse direito a sua gratuidade. Foi então que
aquele rapaz disse que ninguém pede nada a ele, porque ele é “psiquiatra” e que
por isso tem direito de viajar de graça. Foi uma discussão acalorada, mas que
ao final o “psiquiatra” levou vantagem e o motorista seguiu a viagem. Para
completar o caso, o rapaz criou caso com um passageiro e disse claramente: “Vai
me bater? Então bate, porque aí eu te ferro. Bater em “psiquiatra’ da cadeia”.
Também
me lembro de um caso, quando um rapaz chegou ao consultório médico no INPS para
ser examinado em todos os seus exames que o levariam a aposentaria, mas o
médico chefe da perícia, depois de tudo analisado indeferiu a aposentadoria.
Foi então que o “doente mental” avisou que se ele não fosse aposentado naquele
momento, quebraria o consultório e o médico. Como o médico disse que nada o
levaria a mudar o laudo, ele então começou a jogar mesa, cadeiras e armários
para o alto. Os moveis naquela época eram de ferro e nada quebrou a não ser,
os vidros do armário e a mão do médico que se defendia dos arremessos de moveis
à distância. Este também se sentia “psiquiatra” e era nada mais que mais um
esperto querendo moleza.
Estes
três casos são apenas uma pequena mostra de tudo que acontece e que assisto em
meu dia a dia. Foi então que comecei a pensar nesta dúvida que me acompanha
pelos meus dias e nem Freud conseguiria me tirar da cabeça.
“Será
que foi assim que os políticos começaram, dando pequenos golpes, ou eles já
nasceram bandidos”? Mas minha dúvida não
acaba aí, pois ainda fico pensando: “será que os golpistas de hoje, pelo fato
de assistirem os grandes golpes dos políticos que aí estão, resolveram se
preparar para a política?”.
O
ovo ou a galinha? Que dúvida cruel.
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