segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Dúvida cruel


Quem nasceu primeiro:

“o ovo ou a galinha”?

Gerson Tavares








Muita gente faz esta pergunta que peguei para título, que é muito antiga, aliás, mais antiga que andar para frente, mas que encaixa como uma luva no assunto de hoje.

E para chegar onde quero chegar, vou começar tentando entender quem copiou quem. Sempre que alguém vê um político safado, aliás, fato muito em voga nos dias de hoje, dizem logo: “foi só entrar para a política para virar pilantra”. Mas será que ele virou “pilantra” depois que entrou para a política ou entrou para a política porque era “pilantra?”.

Sim, porque pilantragem não é dom de político e sim, o pilantra entra para a política pelas facilidades que aparecem para fazer as “sacanagens”. Então fico sempre olhando em volta, por onde passo ou estou, para descobrir como são as pessoas com tendências à política.

Quando estou onde existe uma reunião de pessoas, estou sempre de antena ligada para não perder nada. Assim fazendo escuto coisa interessantes e também aquelas coisas que me levam a puxar assunto só para chegar à mais um promissor político.

Como exemplo dessas coisas, assisti na semana passada um fato que me chamou muito a atenção, numa fila de ônibus, lá estavam algumas senhoras e também senhores idosos, uma moça com uma criança de colo e a fila continua crescendo, até que uma senhora, não tão idosa, veio andando e entrou na frente da fila, do último para o primeiro lugar, tudo isso sem uma palavra. Foi então que um dos senhores falou sobre o abuso e então aquela senhora disse que ela tinha direito a ser a primeira por ter passe especial. Só que ela falou em “direito”, mas nem de longe falou em “deveres”. Sim, porque se ela tem direitos que estão previsto na lei, ela tem que cumprir com seu de ver de respeitar aos outros que também estão ali, porque tem os mesmos direitos. Porque ali estavam várias pessoas com passes, também “especial”, mas ela disse que é doente, mas tão doente que nem pode andar sozinha. E aquele senhor perguntou: “e onde está seu acompanhante?”. Ela sem ficar vermelha falou: “Eu não preciso de ninguém”. E assim, o assunto acabou sem que ela demonstrasse o dever de pedir para ficar ali, na frente da fila. Mas, claro, todos da fila ficaram comentando a “cara de pau” daquela “especial”. Então o ônibus chegou e ela foi a primeira a embarcar e ainda ficou com aquele riso de deboche para com os outros “nada especiais”.

Mas esta “especial” não é única e como vivo sempre ligado em tudo que acontece em meu redor, já vi outro caso, onde um rapaz entrou no ônibus, não mostrou nenhum documento ao “motocador” ou “trocorista”, esta função que é a mistura de motorista e trocador que os empresários de ônibus inventaram e os governantes deixaram funcionar, claro, em troca de “um qualquer” em suas contas bancárias. Mas voltando ao caso, aquele profissional pediu que o rapaz pagasse a passagem ou apresentasse um documento que desse direito a sua gratuidade. Foi então que aquele rapaz disse que ninguém pede nada a ele, porque ele é “psiquiatra” e que por isso tem direito de viajar de graça. Foi uma discussão acalorada, mas que ao final o “psiquiatra” levou vantagem e o motorista seguiu a viagem. Para completar o caso, o rapaz criou caso com um passageiro e disse claramente: “Vai me bater? Então bate, porque aí eu te ferro. Bater em “psiquiatra’ da cadeia”.

Também me lembro de um caso, quando um rapaz chegou ao consultório médico no INPS para ser examinado em todos os seus exames que o levariam a aposentaria, mas o médico chefe da perícia, depois de tudo analisado indeferiu a aposentadoria. Foi então que o “doente mental” avisou que se ele não fosse aposentado naquele momento, quebraria o consultório e o médico. Como o médico disse que nada o levaria a mudar o laudo, ele então começou a jogar mesa, cadeiras e armários para o alto. Os moveis naquela época eram de ferro e nada quebrou a não ser, os vidros do armário e a mão do médico que se defendia dos arremessos de moveis à distância. Este também se sentia “psiquiatra” e era nada mais que mais um esperto querendo moleza.

Estes três casos são apenas uma pequena mostra de tudo que acontece e que assisto em meu dia a dia. Foi então que comecei a pensar nesta dúvida que me acompanha pelos meus dias e nem Freud conseguiria me tirar da cabeça.

“Será que foi assim que os políticos começaram, dando pequenos golpes, ou eles já nasceram bandidos”?  Mas minha dúvida não acaba aí, pois ainda fico pensando: “será que os golpistas de hoje, pelo fato de assistirem os grandes golpes dos políticos que aí estão, resolveram se preparar para a política?”.


O ovo ou a galinha? Que dúvida cruel.

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