quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Verdades pela metade



Não é assim que a banda toca


Gerson Tavares
 





Quando a coisa é oficial, documentos devem ser trocados para que não aconteçam surpresas que deixem no ar as “Verdades”. E foi assim que aconteceu com a “Comissão Estadual da Verdade”, quando integrantes da comissão investigadora carioca, que tentavam visitar o quartel onde fica sediado o 1.º Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca, zona norte, onde funcionou o Destacamento de Operações e Informações (DOI) do 1º Exército durante a ditadura, não obtiveram êxito e voltaram para casa com o “rabinho entre as pernas”, sem conseguir visitá-la.

Claro que o comandante do 1º BPE, tenente-coronel Luciano, recebeu cordialmente a comissão que compareceu ao Batalhão, o deputado federal Ivan Valente, do PSOL/SP, que em 1977 esteve preso no DOI, e dois deputados estaduais, o Gilberto Palmares e o Robson Leite, ambos do PT.

E justificando aquela cortês recusa, o militar, tenente-coronel Luciano, informou cumprir ordens superiores de não permitir a visita. E esta “barração” não foi uma arbitrariedade do militar e sim, o cumprimento de um regimento militar. Foi então que o Comando Militar do Leste divulgou nota oficial na qual alega que o Comando do Exército está vinculado ao Ministério da Defesa e não se subordina à Lei Estadual 6335/2012, que criou a Comissão Estadual da Verdade. E é bom que se diga que o ministro da defesa é um “velho camarada” dessa turma da “verdade”.

Durante a reunião, além de Valente, dois ex-presos políticos que passaram pelo DOI, Álvaro Caldas e Cecília Coimbra, descreveram para o militar as torturas que sofreram no local e recebeu como resposta aquilo que era de se esperar: "Eu lamento profundamente". Após o encontro, o comandante Militar do Leste, general Francisco Carlos Modesto, convidou a comissão para uma reunião no Palácio Duque de Caxias.

Mas voltando à resposta do coronel Luciano, não podemos esquecer que os roubos que hoje acontecem nos governos petistas, desde a posse de Lula, o presidente “nunca é sabedor daquilo que acontece, ele nunca sabe nada”. Qual seria a resposta daquele militar ao saber naquele momento o que aconteceu bem antes da sua estada na unidade militar? Aliás, naquela época o tenente coronel, talvez nem fosse ainda militar.


E como ninguém tem obrigação de saber o que aconteceu em décadas passadas, a ele, hoje, só resta mesmo é lamentar. 

2 comentários:

Guilherme Gil disse...

São tantas comissões verdade, que nunca se sabe qual é de verdade e ou mentira. Acho que as atitudes são todas iguais, porque no final de cada investigação o interesse é dar dinheiro para aquele que só pensa em levar vantagem.
Mas também, o Brasil hoje é dos espertos. Não é Lula? Não é Dilma?
Cordovil - RJ

Ubirajara Paranhos disse...

Pode até não ser assim que a banda toca, mas é assim que eles querem e pronto. Vai ser assim até que aconteça uma virada na política. Porque enquanto tivermos mentirosos no comado, a verdade será a deles.
Belo Horizonte