Não é assim que a banda toca
Gerson Tavares
Quando a coisa é
oficial, documentos devem ser trocados para que não aconteçam surpresas que
deixem no ar as “Verdades”. E foi assim que aconteceu com a “Comissão Estadual
da Verdade”, quando integrantes da comissão investigadora carioca, que tentavam
visitar o quartel onde fica sediado o 1.º Batalhão da Polícia do Exército, na
Tijuca, zona norte, onde funcionou o Destacamento de Operações e Informações
(DOI) do 1º Exército durante a ditadura, não obtiveram êxito e voltaram para
casa com o “rabinho entre as pernas”, sem conseguir visitá-la.
Claro que o comandante
do 1º BPE, tenente-coronel Luciano, recebeu cordialmente a comissão que
compareceu ao Batalhão, o deputado federal Ivan Valente, do PSOL/SP, que em
1977 esteve preso no DOI, e dois deputados estaduais, o Gilberto Palmares e o Robson
Leite, ambos do PT.
E justificando aquela
cortês recusa, o militar, tenente-coronel Luciano, informou cumprir ordens
superiores de não permitir a visita. E esta “barração” não foi uma
arbitrariedade do militar e sim, o cumprimento de um regimento militar. Foi
então que o Comando Militar do Leste divulgou nota oficial na qual alega que o
Comando do Exército está vinculado ao Ministério da Defesa e não se subordina à
Lei Estadual 6335/2012, que criou a Comissão Estadual da Verdade. E é bom que
se diga que o ministro da defesa é um “velho camarada” dessa turma da
“verdade”.
Durante a reunião, além
de Valente, dois ex-presos políticos que passaram pelo DOI, Álvaro Caldas e Cecília
Coimbra, descreveram para o militar as torturas que sofreram no local e recebeu
como resposta aquilo que era de se esperar: "Eu lamento
profundamente". Após o encontro, o
comandante Militar do Leste, general Francisco Carlos Modesto, convidou a comissão
para uma reunião no Palácio Duque de Caxias.
Mas voltando à resposta
do coronel Luciano, não podemos esquecer que os roubos que hoje acontecem nos
governos petistas, desde a posse de Lula, o presidente “nunca é sabedor daquilo
que acontece, ele nunca sabe nada”. Qual seria a resposta daquele militar ao
saber naquele momento o que aconteceu bem antes da sua estada na unidade
militar? Aliás, naquela época o tenente coronel, talvez nem fosse ainda militar.
E como ninguém tem
obrigação de saber o que aconteceu em décadas passadas, a ele, hoje, só resta
mesmo é lamentar.
2 comentários:
São tantas comissões verdade, que nunca se sabe qual é de verdade e ou mentira. Acho que as atitudes são todas iguais, porque no final de cada investigação o interesse é dar dinheiro para aquele que só pensa em levar vantagem.
Mas também, o Brasil hoje é dos espertos. Não é Lula? Não é Dilma?
Cordovil - RJ
Pode até não ser assim que a banda toca, mas é assim que eles querem e pronto. Vai ser assim até que aconteça uma virada na política. Porque enquanto tivermos mentirosos no comado, a verdade será a deles.
Belo Horizonte
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