Cabral
está rompendo sociedade
Gerson
Tavares
Já
falei aqui sobre tudo que seria destruído no Complexo Esportivo do Maracanã
para que tudo ficasse em “acordo com as exigências” da Fifa para a Copa do Mundo
de 2014. Resolveram que os índios teriam que ser desalojados, que a melhor
escola municipal fundamental da cidade, Escola Municipal Friedenreich, fosse
para o espaço, resolveram que o Parque Aquático Julio Delamare, que sempre fez
parte daquele espaço esportivo, fosse demolido e todos os atletas que ali
estavam aprimorando a forma ficassem a ver navios. E o Complexo Esportivo Célio
de Barros, este então não sobraria pedra sobre pedra.
Mas de uma hora para
outra, da noite para o dia, o governador Sérgio Cabral resolveu que tudo ficará
como antes, sem que uma pedrinha seja tirada do lugar. O Museu do Índio vai
ficar em seu lugar, a Escola Municipal Friedenreich não mais será derrubada e
serão preservados os alunos que ali aprendem não só suas lições curriculares,
mas também cidadania. O Parque Aquático Julio Delamare não mais irá para o
espaço e também resolveram que o Complexo Esportivo Célio de Barros é
importante para nossos atletas.
Sérgio Cabral teve um
momento de luz e assim aconteceu o milagre com o Maracanã resurgindo das
cinzas. Só que o Consórcio Maracanã, que tem à frente o hoje quase
“mi...serável” Eike Batista, quando pegou a administração do local, havia
decido que naquele espaço ocupado pelo Parque Aquático Julio Delamare e pelo
Complexo Esportivo Célio de Barros, exatamente ali, seria construído um grande
prédio que seria o grande estacionamento do Maracanã. Ali estava a “galinha dos
ovos de ouro” para o “sócio” do Cabral.
Mas
o Eike começou a sentir a corda no pescoço quando passou de bilionário para
milionário e então, ao pegar o Maracanã pensou: “vamos faturar e para isso os
ingressos terão peso de ouro”. Só que o “almofadinha” não conhecia, até ali, o
público dos estádios e com os preços lá em cima, as arquibancadas ficaram
vazias e ele, depois de três jogos, viu que até mesmo o estacionamento não
daria o lucro pensado.
Então,
com contrato assinado, mas com a sorte que o “sócio” estava também do outro
lado do contrato, procurou uma saída. Pelo menos é assim que eu vejo essa
guinada do Sérgio Cabral em não mais derrubar coisa alguma, claro, além do
próprio Maracanã, que deixou o seu lugar para outro estádio. Assim sendo, serão
preservadas as áreas esportivas, educacional e cultural e o estacionamento
“subiu no telhado”.
Depois
de ver como as coisas aconteceram, eu, claro que falando por mim, sinto que logo
depois de ver que o lucro não será assim tão grande, o “grupo esperto” resolveu
procurar a saída da encrenca em que se meteu.
O consorcio não pode dizer que não quer mais o
negócio e assim sendo, com a impossibilidade de rasgarem o contrato, mas com a sorte de na outra parte do documento estar o governador Sérgio Cabral. se não alguém deixar de cumprir com as
cláusulas, tudo poderá ser resolvido sem prejuízo para o ex-bilionário e quem sabe, até ter um bom lucro com a multa que poderá advir deste descumprimento do contrato.
Foi
então que o governador Sérgio Cabral resolveu não mais cumprir com a sua parte no contrato e
não mais liberará o espaço para o estacionamento e assim, seus “sócios” vão
estudar como fazer e se não houver saída, o contrato estará rompido e o governo
ainda vai acabar tendo que indenizar o consórcio.
Se
olharmos o que já aconteceu em outro “negócio” entre Eike e a dupla "Cabral & Paes", que foi a entrega da Marina da Glória, ela já foi devolvida ao governo, logo depois que o Eike viu
que não tinha condições de reformar o Hotel Glória e resolveu passá-lo nos
cobres. Tudo ficou resolvido sem nenhum problema em relação ao contrato da Marina.
Agora
também o Sérgio Cabral resolveu não vender o prédio do Quartel General da Policia
Militar do Estado do Rio de Janeiro e isso está cheirando a mais uma
“negociata”. Ele que lutou tanto para vender o terreno, de uma hora para outra
resolve não mais vender e preservar o prédio, que é histórico, já que a
pedra fundamental da construção do quartel foi lançada por Dom Pedro II em seu
último ato público como imperador. Mas só agora ele notou esse simples detalhe.
Quem
será que roeu a corda? Será que o pretenso comprador também pode responder por
alguma “sociedade”? Eike também estava nessa transação?
Como
eles encontraram boa desculpa para o caso do Maracanã, quem sabe se também não
terão “ótimas respostas” para saída de outros ótimos negócios para quem sentiu
que “tinha comprado gato por lebre”?
Um comentário:
O dinheiro acabou, acabou a pipoca! Depois que o Eike declarou que ele está duro, Cabral tratou de sair de mais um barco furado. Cabral dá azar e que ninguém queira mais se danar. Em tudo que ele se mete vai pro buraco.
Leblon - Rio
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