segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Multa é sempre bom para quem cobra

Multa contra o povo? 

Mas, e os empresários?


Gerson Tavares







Estava passando pelo centro da cidade do Rio de Janeiro na terça-feira da semana passada, no primeiro dia das "multas aos porcalhões”. E lá ia eu fazendo o trajeto do Largo da Carioca em direção da Rua Primeiro de Março e me chamou a atenção um enorme número de grupos que eram formados por quatro funcionários, que pagos por nós, estavam multando aqueles que jogam lixo nas ruas. Claro que não sou contra a atitude, até porque, naquele dia, como faço sempre que ando pelas ruas, andei três quarteirões como um papel de bala na mão até achar uma caixa coletora. Mas tudo bem, estamos esperando já por algum tempo que a prefeitura instale mais lixeiras e pode ser que desta vez isso venha a acontecer. É muito valida esta medida de multar os porcalhões, mesmo achando que um grupo formado por um PM, um guarda municipal e dois funcionários da Comlurb é muito grande para multar alguém que jogou um pedaço de papel no chão, principalmente em uma cidade onde faltam PMs para prender os bandidos que teimam em dominar a cidade. Aliás, eu quero ver quando este PM estiver numa rua com os seus “parceiros multadores” e logo ali, do seu lado, um “trombadinha” roubar a bolsa de uma senhora. Como ele irá agir? Vai correr atrás do “trombadinha” ou vai continuara em sua árdua missão de multar “porcalhão”? E se por acaso, acontecer uma “saidinha de banco”? O PM vai ficar dividido ou fica multando?   

Mas se isto me chamou a atenção, o que mais chamou a atenção não só minha, mas também de outras pessoas, foi um fato que aconteceu na esquina de Avenida Rio Branco com Rua Nilo Peçanha. Como disse, eu vinha do Largo da Carioca pela calçada do edifício Avenida Central e o sinal estava fechado para os pedestres. Quando o sinal abriu, imediatamente eu comecei a travessia da Rio Branco e um ônibus avançou o sinal, atravessou a Nilo Peçanha e só parou, isto já na segunda faixa de pedestre, porque eu não parei de andar e ele viu que teria que me atropelar para poder continuar avançando o sinal.

Foi então que me dei conta que do outro lado da Rua Nilo Peçanha estavam quatro “controladores de trânsito” que assistiam a tudo e nada faziam. Dirigindo-me ao quarteto, perguntei se eles não iriam multar aquele “quase assassino” e eles “deram de ombro” e para se justificarem mostraram que no caso, tratava-se de um ônibus.

Então dois fatos que ali aconteceram mostraram que estamos em mãos assassinas, não nas mãos dos motoristas e sim, dos governantes que só pensam em faturar, seja com multa daqueles que jogam “guimba” de cigarro na rua ou com os "acordos" que fazem com os empresários de ônibus. Os “porcalhões”, que no passado foram até apelidados de “sugismundos”, agora estão sendo cassados pelas ruas do Rio  por "quartetos" que poderiam também procurar multar aqueles que levam os seus cachorros para “fazer coco” nas ruas, multar aqueles que fazem das ruas, mictórios. E já que é para multar aqueles que sujam as ruas, por que não os que sujam o bom nome do órgão que toma conta do trânsito da cidade, enquanto os “empresários de ônibus” continuam com a certeza que estão livres de qualquer punição porque pagam a “mensalidade” dos governantes. E o mais “gozado”, além do povo pelo prefeito claro, é que tudo acontece em forma de quarteto. São quatro andando em grupo para multar os “porcalhões” e embora, estejam falando em três, tenho certeza que são quatro, tanto que na Rua São José, eu recebi dois “saquinhos” para colocar o lixo, que no meu caso era apenas um “papelzinho de bala”, um de cada funcionário da Comlurb. Eu vi todos os grupos com “quatro” indivíduos, a não ser que cada funcionário da Comlub corresponda a apenas “meio”, e também são quatro os que formam os grupos que "não multam" os ônibus da cidade do Rio de Janeiro.

Então, depois de ver que se os “controladores de trânsito” não podem multar ônibus, pergunto: “como querer que a CPI dos Ônibus não fosse ‘chapa branca’”? Como tentar fazer com que a CPI seja formada por vereadores que estão a fim de investigar a roubalheira?
 
E assim então comecei a pensar como descobrir quanto o Eduardo Paes está levando das empresas de ônibus. E cheguei à conclusão que só o Jacob Barata poderá dizer de quanto e a “mesada” do Eduardo Paes.

Mas uma coisa eu tenho certeza: é muita grana que os empresários de ônibus estão depositando em alguma conta bancária de algum “laranja” que depois repassa para o Paes.


Cadeia neles! 

4 comentários:

Mário de Andrade Lima disse...

De uma coisa coisa eu tenho certeza. A mesada do Eduardo Paes e do Sérgio Cabral não é 'barata'. Desculpe, mas não posso deixar passar este trocadilho.
Mas mesmo assim, o Jacob Barata garante que não é comprador de ninguém. Então deve ser um 'bonificador', mas que tem muito dinheiro em jogo, isso tem.
Bairro Peixoto - Rio

Sílvia Brandão disse...

E você acha que alguém é maluco de multar os ônibus do Barata? Ele manda e desmanda, ele elege e cassa esses safados. Isso sem contar que se ele se emputecer, para de dar o dinheiro da 'caixinha' no final do mês. Quer dizer, 'caixinha' não, do 'cofrão'.
Marechal Hermes - Rio

Nelson Gonçalves dos Santos disse...

Me diga uma coisa. Essa tal 'barata' é uma praga que infesta os palácios de governo? Será que não existe um inseticida para acabar com essa praga?
Se não há para matar 'barata', por que não usar um que mate também governante corrupto?
Barra da Tijuca

Dedé de Osvaldo Cruz disse...

Mas enquanto os empresários de Ônibus estiverem dando cartas, essa bagunça de avanço de sinal e de não parar para idosos e estudantes vai ser o forte em qualquer linha do Estado e no Município do Rio. Esse tal de Jacob Barata mantem as contas do Cabral e do Paes sempre em alta.
A bagunça do trânsito que só deveria ser gerada pelas vans e seus pilotos 'vândalos', também tem uma grande parte gerada pelos ônibus, que são geradores de 'gratificações' para os governantes.
Madureira - Rio