Cabral em maus lençóis
Gerson Tavares
Até bem pouco tempo ele
era visto como o principal parceiro do Planalto na realização dos grandes
eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, mas de uma hora para outra o
governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, virou um aliado incômodo
do governo. Tudo porque a continuidade dos protestos de rua na cidade do Rio e
ainda a divulgação de episódios pessoais desabonadores, derrubaram sua
popularidade e levaram a presidente Dilma Rousseff a discutir com auxiliares
uma forma de, sem constrangimentos, como afastar o Cabral de seu convívio.
Mas todos os petistas
sabem que será necessária uma estratégia que garanta que qualquer culpa caia
sempre sobre o pessoal do PMDB. E tem uma pessoa muito ligada à presidente, que falou que o Planalto não pode escancarar esse isolamento de Cabral assim de uma hora para
outra como está acontecendo, afinal, os dois estarão lado a lado, como dita a
agenda oficial, em muitas cerimônias relativas à organização dos dois grandes
eventos esportivos.
Ainda mais que não se
passaram dois meses que a presidente disse a Cabral, em discurso no Rio:
"Estamos juntos". Se o distanciamento vier de forma brusca e rápida,
há um alto risco de o efeito político, para Dilma, ser exatamente o oposto.
Mas como sempre os
“capetinhas” ficam abanando o fogo para que a brasa não apague. E esses “diabinhos”
são alguns auxiliares e ministros, que por estarem muito próximos da presidente,
não veem razão para prosseguir com os encontros marcados por gentilezas e
afetos.
E dizem os “satãs” que
o governador, entra nos dois anos finais de mandato em uma situação
"dramática". A pesquisa CNI/Ibope da semana passada, ao mostrar que
só 12% dos entrevistados avaliam Cabral como ótimo ou bom, indicou também que é
justamente no Rio que Dilma tem a sua pior avaliação no País, aonde muito mal
chegou aos 19% de aprovação.
E a Dilma está muito
bem assessorada pelo seu marqueteiro e em conversas mantidas antes da pesquisa,
já havia definido o discurso com seus ministros e a ideia era não se pronunciar
sobre a repressão policial aos protestos do Rio. O Planalto avaliou que essa
era a melhor forma de não "pular do barco" pilotado por Cabral e, ao
mesmo tempo, de evidenciar que a violência nas ruas, criticada por muitos, era
problema estadual. Ela queria dar a entender que o governo federal até era
contra qualquer repressão.
Mas como sempre alguns
“safardanas” estão à espreita, um ministro, daqueles que sempre estão próximo a
Dilma, chegou a avaliar, em um encontro com ela, que a má condução de Cabral na
crise, como no caso, o uso abusivo da polícia, ao menos diminuiria a pressão do
governador de tentar ser o vice na chapa do PT na eleição presidencial do
próximo ano.
E foi aí que o Pezão
falou: “Pronto, o Cabral jogou ‘merda’ na cruz e fui eu que assumi o pecado”.
2 comentários:
Sempre tem alguém que perde mai e desta vez, o alguém é o Pezão. Sua candidatura subiu no telhado mesmo e pelo jeito acabou o sonho.
Barra do Pirai - Rio de janeiro
É sempre assim... Hoje você é o todo poderoso, tem o seu lugar de destaque e amanhã querem a sua cabeça se o menos perdão. Cabral achava que nunca mais iria sair do topo do governo do Lula e e da Dilma, mas agora, se alguém tem que pagar a conta pelas merdas que azem por aí, pegaram o Cabral para Cristo o governador mais malhado do Brasil.
O Judas está frito e se o Brasil pegar fogo, foi ele que incendiou. É assim a política brasileira segue no seu caminho da sacanagem.
Ilha do Governador (não do Cabral, claro)
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