Mirage já era
Gerson Tavares
Esta discussão já está
cansando de tão antiga que ela é. Já vem do governo do Luiz Inácio a
"guerrinha” para ver quem vai fornecer os novos aviões de caça da FAB para
substituir os ultrapassados Mirage.
Luiz Inácio já havia
decidido que os novos caças seria da empresa francesa Dassault Aviation. Tudo
fazia crer que o negócio estava certo, a grana já estava até acertada, mas
aconteceu que a demora fez o governo do “dedinho” chegar ao fim e a Dilma, que
não estava no “negócio”, melou a compra.
Vieram então mais duas
empresas para entrar na briga e então a americana Boeing Defence e a sueca Saab
também queriam faturar e assim lá se foi o tempo e mais de dois anos se
passaram e os Mirage, que já estavam “voando de bengala”, foram parar na
reserva. Tudo porque a Aeronáutica decidiu que em dezembro deveria desativar os
doze Mirage 2000 do 1.º Grupo de Defesa Aérea, mesmo sem que o governo tivesse
decidido o processo F-X2, a escolha das aeronaves supersônicas de alta
tecnologia, que seriam as sucessoras da frota que entrou na fase de fadiga e
não poderá mais sair do chão.
Agora a Comissão de
Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado resolveu realizar uma audiência
pública, exatamente hoje, a fim de debater a crise dos novos caças de tecnologia
avançada da Força Aérea.
Na parte da tarde vai
acontecer uma audiência com o brigadeiro Juniti Saito, comandante da
Aeronáutica, mas pela manhã haverá outra sessão para discutir os satélites
geoestacionários de defesa e comunicações estratégicas, com o presidente da
Telebrás, Caio Bonilha.
O presidente da
comissão, senador Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo, ouviu exposições
em separado das três empresas candidatas ao fornecimento das aeronaves, que
são, a americana Boeing Defence, a francesa Dassault Aviation e a sueca Saab. O
contrato envolve 36 caças, suprimentos e transferência de tecnologia. A
avaliação é de que o valor fique entre US$ 4,5 bilhões e US$ 6,5 bilhões
financiados e com grande prazo de carência.
Esta “bagunça” governamental
está prorrogando a compra dos jatos de combate desde 1996, ano em que, pela
primeira vez, o então presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu um estudo
detalhando a necessidade de renovação do equipamento, iniciando o procedimento
F-X que viraria o atual F-X2 com uma só novidade, a exigência de transferência
ampla de tecnologia. O governo, todavia, não fez a opção.
Até ali, havia vida
útil dos Mirage, mas quando Lula saiu, já sabia que a vida útil das aeronaves
estava vencida, mas mesmo assim, ele tentou negociar com os franceses, mesmo
sabendo que os aeronautas não aprovavam aquele avião. Aliás, aviões que seriam a
salvação da empresa francesa que estava falindo, mas que o Brasil, como bom samaritano,
iria fazer mais uma caridade, mesmo que aqueles aviões colocassem a vida dos
briosos pilotos brasileiros em risco.
Agora estamos sem os
Mirage e sem os novos aviões, mas o Lula ainda deve estar à testa das
negociações, afinal, ninguém entende mais de aviação que ele.
Um comentário:
Depois que o Lula resolveu ser o mais intendido em aviação, é melhor não só os Mirage, mas todos os aviões da FAB fiquem no chão. Os nossos pilotos não merecem o castigo de ter o 'intendido' Lula manobrando com aquilo que só deve ser resolvido por aeronautas.
Goiânia
Postar um comentário