terça-feira, 13 de agosto de 2013

FAB está no chão


Mirage já era

Gerson Tavares
 






Esta discussão já está cansando de tão antiga que ela é. Já vem do governo do Luiz Inácio a "guerrinha” para ver quem vai fornecer os novos aviões de caça da FAB para substituir os ultrapassados Mirage.

Luiz Inácio já havia decidido que os novos caças seria da empresa francesa Dassault Aviation. Tudo fazia crer que o negócio estava certo, a grana já estava até acertada, mas aconteceu que a demora fez o governo do “dedinho” chegar ao fim e a Dilma, que não estava no “negócio”, melou a compra.

Vieram então mais duas empresas para entrar na briga e então a americana Boeing Defence e a sueca Saab também queriam faturar e assim lá se foi o tempo e mais de dois anos se passaram e os Mirage, que já estavam “voando de bengala”, foram parar na reserva. Tudo porque a Aeronáutica decidiu que em dezembro deveria desativar os doze Mirage 2000 do 1.º Grupo de Defesa Aérea, mesmo sem que o governo tivesse decidido o processo F-X2, a escolha das aeronaves supersônicas de alta tecnologia, que seriam as sucessoras da frota que entrou na fase de fadiga e não poderá mais sair do chão.

Agora a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado resolveu realizar uma audiência pública, exatamente hoje, a fim de debater a crise dos novos caças de tecnologia avançada da Força Aérea.

Na parte da tarde vai acontecer uma audiência com o brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, mas pela manhã haverá outra sessão para discutir os satélites geoestacionários de defesa e comunicações estratégicas, com o presidente da Telebrás, Caio Bonilha.

O presidente da comissão, senador Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo, ouviu exposições em separado das três empresas candidatas ao fornecimento das aeronaves, que são, a americana Boeing Defence, a francesa Dassault Aviation e a sueca Saab. O contrato envolve 36 caças, suprimentos e transferência de tecnologia. A avaliação é de que o valor fique entre US$ 4,5 bilhões e US$ 6,5 bilhões financiados e com grande prazo de carência.

Esta “bagunça” governamental está prorrogando a compra dos jatos de combate desde 1996, ano em que, pela primeira vez, o então presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu um estudo detalhando a necessidade de renovação do equipamento, iniciando o procedimento F-X que viraria o atual F-X2 com uma só novidade, a exigência de transferência ampla de tecnologia. O governo, todavia, não fez a opção.

Até ali, havia vida útil dos Mirage, mas quando Lula saiu, já sabia que a vida útil das aeronaves estava vencida, mas mesmo assim, ele tentou negociar com os franceses, mesmo sabendo que os aeronautas não aprovavam aquele avião. Aliás, aviões que seriam a salvação da empresa francesa que estava falindo, mas que o Brasil, como bom samaritano, iria fazer mais uma caridade, mesmo que aqueles aviões colocassem a vida dos briosos pilotos brasileiros em risco.


Agora estamos sem os Mirage e sem os novos aviões, mas o Lula ainda deve estar à testa das negociações, afinal, ninguém entende mais de aviação que ele.

Um comentário:

Fragoso disse...

Depois que o Lula resolveu ser o mais intendido em aviação, é melhor não só os Mirage, mas todos os aviões da FAB fiquem no chão. Os nossos pilotos não merecem o castigo de ter o 'intendido' Lula manobrando com aquilo que só deve ser resolvido por aeronautas.
Goiânia