terça-feira, 17 de janeiro de 2012

No “jogo do bicho” político, deu “bezerra” e “coelho”



Gerson Tavares


Na quinta-feira passada o ministro da Integração Nacional foi até ao Senado para ser interrogado sobre as “sacanagens” que ele andou fazendo com os outros Estados da Federação brasileira em prol do seu estado, Pernambuco, que é governado pelo seu padrinho político, Eduardo Campos.


Como os do governo notaram a grita da oposição e viram que tinham descoberto alguma “mutreta”, logo foi providenciado para que ficassem sob responsabilidade da ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes, as investigações. Logo a Ana, que por acaso é mãe do governador, que é padrinho do ministro. E para agravar mais ainda todas as suspeitas de “armação” não podemos esquecer que Ana tinha acabado de ser eleita para o cargo, pelos “dignos” membros da outra Casa do Congresso, a Câmara dos Deputados.

Como os congressistas são unidos, foi então que o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, foi poupado, pelos parlamentares aliados do governo e a oposição não esteve à altura para apertar o “safardana” nessa audiência realizada pela “Casa Grande”.

E Bezerra ouvia elogios dos governistas e respondia à oposição somente sobre questões relacionadas ao gerenciamento feito pela presidente Dilma Rousseff de políticas de prevenção a desastres.

Para fazer média com a mídia, Bezerra abriu a sessão com um discurso onde elogiou o papel da imprensa, mas como sempre fazem esses ministros “escandalosos”, negou denúncias. Até admitiu falhas no corpo técnico do seu ministério, mas erros, nunca.

Foi uma estratégia muito bem coordenada pelo PSB para que o depoimento parecesse ter tido eficácia. Os socialistas levaram o ministro a tomar a iniciativa daquilo que deveria ser um interrogatório e assim ele passou a abordar todos os “assuntos polêmicos” que interessavam aos governantes sobre a pasta, falou de sua gestão na Prefeitura de Petrolina e até denúncias envolvendo seus familiares.

Ele foi muito rápido sempre para não deixar que perguntassem e antes que alguém pedisse a palavra ele já emendava um assunto ao outro e assim tudo que seria um dialogo, passou a ser um monologo muito bem orquestrado. Mesmo com seu irmão sendo pego no pulo e tendo que sair da presidência da Codevasf, Bezerra foi o dono da sessão e ainda saiu de “santinho”.

Depois do depoimento, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias, citou declaração do governador de Eduardo Campos, aliado de Bezerra, atribuindo à presidente Dilma Rousseff a orientação para destinar recursos ao estado. O tucano aproveitou para criticá-la.

Essa declaração é só uma prova, se é que é verdade do Eduardo Campos, que Dilma não está nem aí para os outros estados do Brasil.

Mas como sempre a defesa mais enfática de Bezerra foi feita pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa, que por acaso é pernambucano também, que aproveitou para acusar todos aqueles que são contra os absurdos do Bezerra, dizendo que estão fazendo campanha contra o ministro por ele ser nordestino e que isso é preconceito.

Mas para completar o quadro das defesas de corruptos por corrupto, o senador Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas, elogiou a atuação do ministro e afirmou que Bezerra havia “esclarecido” todas as questões e apresentado dados importantes.

Depois dessa, eu tenho que pedir: “Parem o mundo que eu quero descer!”

2 comentários:

João Carlos disse...

Nesse jogo de 'bicho', pelo visto quem está apostando no Coelho é a Dilma Rousseff.
São Paulo

Carlos Alberto disse...

Acho que está na hora de mandar a delegada Marta Rocha para Brasília. Ela vai dar um fim nesse jogo do bicho de lá e até a Dilma vai vestir uniforme do presídio.
Rio de Janeiro