segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

E a inflação subindo “numa boa”




Gerson Tavares


Assim como depois do incêndio vem o rescaldo, depois das festas de Natal e Final de Ano vem a preocupação. Como um novo ano chegando cheio de despesas como IPTU, IPVA, matricula da escola do filho e mais isso e mais aquilo, e ainda vem a notícia que a inflação calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2011 em 6,50%, transformando-se na maior taxa anual desde 2004, quando ficou em 7,60%.

E como esses dados foram divulgados na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, um orgão do governo, a inflação até pode ser um pouco maior. Mas uma coisa é certa: o custo de vida subiu de verdade.

Como em 2010 o indicador ficara em 5,91%, muita gente achou que o governo Dilma iria fazer o ”milagre” de pelo menos segurar naquele patamar a inflação. Mas o governo tem uma saída que dizem os “senhores da economia”, ser honrosa. A inflação ficou no teto da meta estabelecida pelo Banco Central que é de 4,5%. Como sempre tem uma margem 2 pontos percentuais para mais ou para menos, a taxa tem o direito de flutuar de 2,5% até 6,5% e assim foi cumprido o compromisso. E para dar mais crédito à Dilma, Eulina Nunes dos Santos, que é da Coordenação de Índice de Preços do IBGE, falou que a taxa do IPCA de 2011 "foi arredondada a partir de 6,4994%". Com isso ela quis dizer que a inflação não atingiu nem os 6,5% do compromisso.


Agora o Mantega já tira onda e diz que o Ministério da Fazenda espera IPCA abaixo de 5% em 2012. Em 2011 Mantega previa IPCA dentro da meta e assim o presidente do BC, Alexandre Tombini, não se viu obrigado a enviar uma "carta aberta" ao ministro da Fazenda para explicar as razões para do "estouro" da meta.

Da última vez que foi necessária esta carta de explicações foi em 2004, para explicar o "estouro" da meta de 2003, mas naquele ano a justificativa foi que a inflação subiu embalada pela disparada do dólar.

Mas em 2011 a inflação pegou mesmo no primeiro trimestre com os reajustes dos preços das escolas, que tem uma importância muito grande na formação do IPCA e pesa no orçamento das famílias. Além disso, alimentos e ônibus também contribuíram para o valor do primeiro trimestre.

No segundo trimestre, os alimentos continuaram pressionando, no terceiro trimestre, os alimentos não pressionaram tanto, mas de outubro a dezembro, os alimentos voltaram a pressionar, bem como o reajuste da gasolina, por conta da alta do etanol.

Quer dizer. Quando não é o dólar e o real que pesa no orçamento e o povão que pague mais.

3 comentários:

Enivaldo Torres disse...

Só quem não faz compras em supermercado pode dizer que não há inflação. E digo mais, há inflação e não é pequena.
Mas o que esse governo tem com isso? Eles estão se preocupndo em encher os bolsos.
E o povo que morra.
Cuiabá

Ivan Pereira disse...

A inflação está a´e só o governo ainda duvida disso, mas vamos esperar para ver se o povo acorda.
São Paulo

Ludovick H. Silva disse...

Ainda bem que a inflação está controlada, imagina se não estivesse.
Se a turma do PT encontrou sem inflação e agora já está aí, dizendo 'presente', se dependesse deles hoje estariamos todos morrendo de fome.
Goiânia