Dividir o Pará seria um grande golpe

Gerson Tavares

Quando resolveram que dependia só de um plebiscito para dividir o estado do Pará em três estados, já fiquei preocupado o que poderia acontecer quando vi que um dos mais entusiasmados pela divisão era o Duda Mendonça. Senti que naquele momento ele não era só o Duda Mendonça, mas um representante de uma grande “quadrilha” que tinha interesse maior na divisão.

Duda Mendonça, da noite para o dia, apareceu como um dos grandes latifundiários de uma grande parte do estado paraense e assim sendo, ele precisava que as "suas terras", depois daquele plebiscito, virassem o estado de Carajás, que passaria a ser um estado independente e não mais, uma simples parte de um estado que está lá, esquecido no norte do Brasil.

Mas como nem só de Duda Mendonça vive este “país dos escândalos”, eis que agora estamos tomando conhecimento que uma empresa ligada ao banqueiro Daniel Dantas, a Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, botou grana, aproximadamente R$ 21 mil, para a campanha a favor da divisão do Pará, segundo dados da Justiça Eleitoral.

Mas mesmo assim, não deu para os separatistas. A divisão do Pará, que resultaria na criação dos Estados do Carajás e do Tapajós, foi rejeitada por 66% dos paraenses em um plebiscito realizado no mês passado.

Então é hora de pensar naquilo que estava sendo tramado. Como o Duda Mendonça e um dos maiores criadores de gado da região e a Santa Bárbara é dona de fazendas na região que formaria o território do Carajás, no sudeste e sul paraenses, chega-se a conclusão que se a divisão do Pará acontecesse, seria uma grande jogada para a turma chegada em escândalos e tramóias. E não podemos esquecer que esta empresa é ligada ao grupo Opportunity, de Daniel Dantas.

E só para lembrar, Daniel Dantas foi acusado de lavagem de dinheiro em operação da Polícia Federal anulada em 2011 pelo Superior Tribunal de Justiça e ficou livre para continuar a fazer trambiques. É pouco?