quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Dinheiro dos pobres é repassado aos bancos






Gerson Tavares


Dilma sabe que ela não precisa se preocupar com os pobres porque é só dar uma "esmolinha" que ele fica “calminho”. Por isso, se ela pode tirar dinheiro do bolso do pobre para dar aos banqueiros, por que não fazê-lo?

E é exatamente por tudo isso que o Orçamento da União para 2012, prevê a destinação de R$ 1.014 trilhão para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública, aquela “velha dívida externa” que a população acredita que o Brasil pagou, mas que apenas foi repassada para os bancos brasileiros. O montante representa só 47,19% de todo o orçamento.

Mas já que falamos em pobre, enquanto aquele repasse acontece, para a Previdência Social serão destinados apenas 18,22%, para a Saúde 3,98%, para a Educação 3,18% e para a Reforma Agrária, um mísero 0,25%.

Os aposentados fizeram e estão ainda tentando fazer, mobilização para reivindicar aumento real para as aposentadorias maiores que um salário mínimo e dos servidores públicos do Judiciário, pela recomposição de perdas inflacionárias, mas o governo Dilma não acatou nenhum destes pleitos, alegando “falta de recursos” e joga a culpa na crise internacional.

Até mesmo a base do governo se irritou com a intransigência da presidente Dilma Rousseff e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP) chegou a executar uma manobra de “obstrução”, por meio do pedido de verificação de quorum, o que faria a sessão se encerrar, e a votação do orçamento ser adiada para o ano que vem.

Mas como Paulinho também tem suas negociatas com a Dilma, ele aceitou retirar o pedido de verificação, aceitando em troca apenas a promessa do governo de que irá negociar tais pleitos, além da mera troca do negociador do governo. Com esse recuo já dá para notar que nada garante que haja um aumento nos recursos para os aposentados ou servidores públicos.

Só mesmo as aposentadorias no valor de um salário mínimo receberão um aumento real, equivalente aos 7,53% aplicados ao salário mínimo, o que vem há ser um "real realmente irreal". E o governo ainda tem coragem de festejar este ínfimo aumento, mas finge que não sabe que desta forma, o governo Dilma acumulará, em seus dois primeiros anos, um aumento real médio anual de 3,4%, inferior até mesmo à média de Fernando Henrique.

Só para que possamos ver o prejuízo que a Dilma está causando ao aposentado, se continuarmos nessa média anual, serão necessários 37 anos para se chegar aos R$ 2.349,26 exigidos pelo art. 7º, IV da Constituição, onde diz que um salário tem que garantir “moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”.

Por tudo isso é bom que se diga que o crescimento brutal do endividamento devido às altas taxas de juros, e também à emissão de mais títulos da dívida para a obtenção de recursos, não é culpa do aposentado. É sim, pelos privilégios aos bancos, que são salvos pelo estado com dinheiro público. Os bancos privados foram salvos à custa do Estado, mas não podemos esquecer a ajuda de meio trilhão de euros do Banco Central Europeu aos bancos privados, a juros de 1% ao ano, para que estes bancos emprestem ao país, ganhando taxas de juros cinco vezes maiores, ou seja, ganhando à custa do povo.

Este é o Brasil autosuficiente.

3 comentários:

Marluce Dias Pereira disse...

Como então que quem pagou ao FMI não foi o Lula? Pelo que se vê nesta sua nota, quem pagou foi o 'dono de banco'.
E aí, vamos ficar pagando pelo resto da existência uma 'nota preta' para os banqueiros.
E o povo pensando que o FMI tinha conseguido que o receber a grana do metalúrgico.
Belo Horizonte

José Ribamar disse...

Enquanto o governo gasta esse dinheiro todo para pagar os bancos, nós brasoileiros e principalmente os aposentados, estamos financiando a mentira do Lula que disse que pagou a 'divida externa'.
Terezina

Walter Duarte Costa disse...

Os aposentados estão sendo desrespeitados pelo governo que se diz do trabalhador por um único motivo. Ninguém desse PT é ou foi trabalhador e até aquele que se diz o lider dos trabalhadores tratou de arranjar um jeito para se aposentar antes da hora. Ele é exatamente aquele vagabundo que o Fernando Henrique apontou como aposentado.
Eles se conhecem.
São Bernardo- SP